O goleiro candelariense Douglas Alan Schuck Friedrich, de 33 anos, vai atuar no Khaleej Club, da Arábia Saudita. Ele assinou contrato de um ano, renovável por mais um, com o clube de Saihat, nos arredores de Dammam. Antes de partir em direção ao Oriente Médio, no próximo domingo, 24 de julho, Douglas esteve na Gazeta Grupo de Comunicações para falar da nova fase na carreira. A estreia na liga local será nesta quinta-feira, 25, às 15 horas (de Brasília), contra o Al Hilal.
Conforme Douglas, sondagens do mundo árabe eram comuns. Quando ele estava no Bahia, as partes não chegaram a um acordo. Agora, como destaque do Avaí, houve um acerto após nova investida do exterior. “Os dirigentes do Avaí sabiam do meu desejo de jogar novamente fora do país e respeitaram minha decisão de sair neste momento. O Avaí me deu essa oportunidade e vai receber uma compensação financeira na transferência”, destacou.
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Douglas afirma que a família estava bem estruturada em Florianópolis, onde estavam morando pela segunda vez. Contudo, diante do projeto traçado pelo clube saudita, que acabou de subir para a primeira divisão nacional, o entendimento foi de aceitar a mudança. A esposa Daiana Friedrich também é de Candelária. O casal tem um filho, Davi de Carvalho Friedrich, de sete anos.
Ex-goleiro do Grêmio, Marcelo Grohe atua no Al Ittihad, de Jeddah, principal clube da Arábia Saudita. Amigo de Douglas, Grohe já forneceu algumas dicas sobre questões culturais do país. “Nos tornamos amigos quando estive no Grêmio, em 2016. Ele me passou que a Arábia Saudita é um país que prioriza questões religiosas, mas que tem uma abertura para o comércio e para receber estrangeiros. Também conversei com outros brasileiros que atuam por lá”, sublinhou. No Avaí, Douglas convivia com os ex-gremistas Bressan, Bruno Cortez e Jean Pyerre.
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Trajetória da base ao profissional
Douglas Friedrich seguiu um caminho inusitado e repleto de dificuldades para seguir o sonho de tornar-se jogador de futebol. Com 16 anos, ele participou de um peneirão no Grêmio Juventude de Candelária, organizado por um empresário gaúcho. Douglas se destacou em um treino coletivo e acabou sendo levado para um teste no Guarani, de Campinas, no início de 2005. Após ser reprovado no período de avaliação, Douglas também não passou em testes no Primavera e na Ponte Preta. Para ficar em Campinas, contou com o apoio de amigos. O dinheiro escasso para pagar as despesas era obtido em serviços para um escritório de contabilidade e em jogos de campeonatos amadores nos finais de semana. O empresário desapareceu.
Por meio das relações construídas em Campinas, descobriu que haveria chances de atuar no Tudino, de Arapongas, do Paraná, comandado por empresários do ramo moveleiro. Douglas foi aprovado após uma semana de testes e acabou sendo federado pela categoria de base do clube. Semanas depois, por meio de uma parceria, Douglas e outros dois atletas foram para o Mirassol, de São Paulo. Em 2006, informado de que não seria aproveitado no Mirassol, retornou para Arapongas. O projeto da família Tudino foi encerrado e Douglas foi parar no Galo Maringá, que havia acabado de subir para a elite paranaense. Titular dos juniores, passou a ser o quarto goleiro dos profissionais em dois anos.
Mesmo sem ter estreado no Galo Maringá, Douglas recebeu a proposta de jogar no Irã. Com 19 anos, Douglas partiu para uma experiência de dois anos no Sanat Naft, de Abadan, clube de uma cidade que adora o Brasil. Inclusive, o uniforme é idêntico ao da seleção brasileira. Já em 2010, de volta ao Brasil, Douglas acertou com o Capivariano, que estava na quarta divisão paulista. Ele acabou emprestado ao Ituano e ao Caxias. No retorno em três anos, disputou a elite paulista pelo Capivariano e foi para o Bragantino, quando se destacou e acabou vendido para o Corinthians. Em 2016, foi emprestado para o Grêmio e trabalhou com o técnico Roger Machado. Após um problema no joelho e divergências entre os departamentos médicos, regressou ao Corinthians para o tratamento.
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Já em 2017, foi para o Avaí por empréstimo e se destacou no Brasileirão. Vendido pelo Corinthians, passou quatro temporadas no Bahia, onde foi campeão baiano e participou das melhores campanhas internacionais do clube, com duas quartas de final da Copa Sul-Americana, em 2019 e 2020. Em 2021, atuou no Juventude e após rescindir contrato com o Bahia, retornou em definitivo ao Avaí em 2022. Um profissional que trabalhou com ele no Bragantino e faz parte da nova comissão técnica do Khaleej Club o indicou para o técnico português Pedro Emanuel, anunciado pelo clube saudita.
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