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MEIO AMBIENTE

Dossiê elucida a situação do Cinturão Verde

Foto: Rodrigo Assmann

Ações planejadas para assegurar a preservação da área de matas que cerca Santa Cruz do Sul são tomadas com base na legislação

O empresário João Dick, da João Dick Empreendimentos, elaborou um dossiê ambiental com o objetivo de esclarecer a população a respeito do Cinturão Verde. O objetivo do documento é mostrar que os loteamentos e condomínios ao longo da área de preservação de Santa Cruz do Sul não são vilões, mas contribuem para a manutenção do meio ambiente, uma vez que adotam uma série de medidas com essa finalidade e seguem as normas ambientais.

Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, João Dick afirmou que existem defensores da tese de que o certo seria abandonar o Cinturão Verde e deixar ele existir por conta própria. Isso, contudo, não funciona na prática, disse o empresário. “Se ele for abandonado, será invadido e usado de forma inadequada. Exemplos disso são algumas áreas nos bairros Belvedere e Margarida, como a Xurupita”, afirmou.

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Ele avaliou a atual legislação como boa, mas salientou a necessidade de que seja cumprida pelos construtores, poder público e comunidade em geral. “Quantos reservatórios de contenção de água das chuvas a Prefeitura fez na cidade até hoje? Nenhum! Somente no condomínio Reserva dos Pássaros existem seis”, ressaltou. As estruturas servem para conter a força das águas e evitar inundações, bem como o encharcamento do solo, situação que favorece os deslizamentos.

Dick entende que a tragédia climática que atingiu o Rio Grande do Sul em abril e maio fez a população passar a buscar culpados. Em função disso, muitas informações inverídicas foram compartilhadas. O dossiê demorou três meses para ser concluído e conta com dados diversos, além de laudos emitidos por dois geólogos de Porto Alegre, especialistas nesse tipo de avaliação.

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Os deslizamentos na Rua João Werlang, no Bairro Belvedere, segundo ele, aconteceram por falta de obras e também de fiscalização por parte da Prefeitura. “Além de criar a lei, também precisa fiscalizar.”

Lembrou ainda do grande número de licenças e outras burocracias exigidas das construtoras pelos órgãos públicos antes de permitir o início da construção de um condomínio, e projetou o futuro. “Me perguntam como o Cinturão Verde estará daqui a 50 anos e eu digo que estará maior do que hoje, porque será ampliado.”

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Ao mesmo tempo, recordou o passado. “Há cerca de um século ele não existia, porque a usina de energia elétrica precisava de madeira para funcionar e o pessoal derrubava as árvores. Tem fotos mostrando isso.”

Estímulo

Na compreensão de João Dick, o poder público deveria incentivar as ações conservacionistas. O estímulo proposto por ele se trata de auxílio no combate às notícias falsas. “O nosso grande problema é que as pessoas emitem opiniões sem conhecer a realidade, então criamos esse dossiê com a intenção de disseminar informação. Se as pessoas não podem ir até o local, então que conheçam por meio do documento.”

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“Tudo o que vem para contribuir é bem-vindo”, diz Wenzel

O geólogo, ambientalista, ex-prefeito e atual coordenador do Conselho Municipal de Gestão Socioambiental de Santa Cruz do Sul, José Alberto Wenzel, avaliou o documento. Na visão dele, todos os trabalhos que possam contribuir para a preservação do Cinturão Verde são bem-vindos, independentemente do autor. “Nem tudo nós concordamos, mas internamente também não há consenso em tudo o que é feito. Isso é bom, porque nos faz crescer”, avaliou.

Wenzel elogiou a iniciativa de João Dick, que disponibilizou área de 18 hectares para ser gerida por uma fundação, a ser criada com o objetivo de lançar estudos e pesquisas sobre a floresta urbana que circunda Santa Cruz. “Daqui a pouco mais gente se agrega a esse projeto, aumentamos a área e conseguimos fazer uma preservação muito interessante.” O especialista salientou ainda que cerca de 80% da área do Cinturão Verde é propriedade privada. Por isso, a necessidade de contar com o auxílio de particulares para conduzir as ações de preservação.

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