Próximo do Centro de Santa Cruz do Sul, seguindo pela Rua Joaquim Murtinho no sentido Sul, o Bairro Bonfim hoje chama a atenção pela grande quantidade de condomínios residenciais cujos edifícios receberam nomes de países, dando origem ao Jardim das Nações. A partir de sua construção, nos primeiros meses da década de 1990, a região ganhou impulso no desenvolvimento e passou também a ser um importante corredor de ligação entre a área central e os bairros da Zona Sul.
Muito antes disso, porém, o Bonfim já contava com a sua principal referência: o 8º Batalhão de Infantaria Motorizado (8o BIMtz), que posteriormente se tornou o 7º Batalhão de Infantaria Blindado (7º BIB). Instalada no município em 1944, a organização militar ocupa quase a metade do território do bairro e, assim como ele, se desenvolveu e ganhou destaque ao longo dos anos.
Hoje, o Bonfim se apresenta como uma alternativa residencial tranquila e próxima do Centro, com inúmeras opções de apartamentos, geminados e duplex. A infraestrutura, contudo, gera reclamações e motivou a reativação da associação de moradores. Organizados, eles pretendem atuar junto à Prefeitura e aos deputados da região para garantir melhorias nas áreas de logística, saúde e esporte.
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Inicia em um ponto localizado no entroncamento dos eixos da Rua Mal. Floriano com a Rua Joaquim Murtinho, seguindo pelo eixo desta, no sentido leste, até encontrar o ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Rua Mal. Deodoro, seguindo no sentido norte, pelo eixo desta, até encontrar um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Rua Maj. Pedro Santana de Oliveira, seguindo pelo eixo desta, no sentido leste, até encontrar um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Rua do Moinho, seguindo pelo seu eixo, no sentido sul, até encontrar um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Rua Maria Carolina, onde segue, pelo eixo desta, no sentido leste, até encontrar um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Rua Paulo Rauber; deste ponto segue, por uma linha reta e imaginária, no sentido leste, até encontrar um ponto, de onde segue, acompanhando o limite do Cinturão Verde, passando pelos marcos M068, M069 e M070, até encontrar um ponto, de onde segue, por uma linha reta e imaginária, no sentido sudoeste, até encontrar um ponto localizado no eixo da Rua Dona Miriam, antes da curva, perto do entroncamento deste com o eixo da Rua João Kirst, seguindo daí, pelo eixo da Rua Dona Miriam, até encontrar com um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Rua Dr. Arthur Germano Fett, seguindo por este eixo, no sentido norte, até encontrar um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Rua João de Barros, onde segue, pelo eixo desta, no sentido oeste, até encontrar um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Av. Dep. Euclydes N. Kliemann, seguindo por este eixo, no sentido noroeste, até encontrar um ponto localizado no entroncamento deste com o eixo da Av. Paul Harris, seguindo então, por este eixo, no sentido noroeste, até encontrar um ponto sobre o viaduto, no entroncamento imaginário com os eixos da Av. Paul Harris, Av. Dep. Euclydes N. Kliemann e Rua Mal. Floriano, seguindo por este eixo, no sentido nordeste, até atingir o ponto inicial.” – Trecho da Lei Ordinária 8714, de 14 de setembro de 2021.
Insatisfeito com a falta de investimentos públicos no local, um grupo de moradores constituiu a Associação dos Amigos do Bairro Bonfim. O movimento é encabeçado pelo trio de candidatos que concorreu na última eleição reconhecida pela antiga associação de bairros, realizada em 1996. O estatuto da nova instituição já foi registrado em cartório e o presidente eleito foi Daltro Almeida, o Mancha, morador há 50 anos.
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Almeida revela que a motivação para a reorganização dos moradores surgiu da precariedade da infraestrutura do bairro que, segundo ele, é resultado da falta de investimentos públicos ao longo dos anos. Os principais pleitos são a pavimentação completa da Rua Venezuela, a construção de um posto de saúde e a revitalização da praça. Além disso, esperam conseguir junto aos deputados da região a destinação de emendas parlamentares para viabilizar um ginásio de esportes.
Nascido em Sinimbu, Almeida mudou-se para Santa Cruz do Sul com 5 anos de idade. Após uma breve passagem pelo Bairro Faxinal Menino Deus, sua família se transferiu para o Bonfim e lá se estabeleceu. Ele recorda que naquela época havia poucas residências, e a maior parte do território era composta por áreas verdes e descampados. Esses terrenos vazios eram então utilizados como campos de tiro pelos militares do 8º BIMtz. Apesar da proximidade com o Centro, a infraestrutura do bairro era precária e melhorou ao longo dos anos.
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Em agosto de 1943, quando a urbanização ainda nem havia chegado àquela região do município, o governo federal ordenou a desapropriação de um terreno de 302.800 metros quadrados para ser o local da construção da primeira unidade militar de Santa Cruz do Sul. A organização militar definida para transferência foi o 3o Batalhão do 7o Regimento de Infantaria, até então situado em Santa Maria. O Exército determinou a mudança mesmo sem que houvesse nenhuma estrutura no local, de modo que as diversas seções do novo quartel ficaram espalhadas em vários prédios alugados em Santa Cruz. E não era pouca gente: em 21 de setembro de 1944, chegaram ao município 559 militares – 499 cabos e soldados e 60 subtenentes e sargentos.
Enquanto isso, a Firma Construtora Santa-cruzense, empresa contratada para a construção das infraestruturas, tocava os trabalhos com o esforço diário de mais de cem homens. A obra – ainda inacabada – foi entregue em 25 de junho de 1945 e a mudança para o local definitivo ocorreu em 12 de julho daquele mesmo ano. Com o passar dos anos, a unidade se expandiu até se tornar o que é hoje. Teve também várias trocas de nome: em 1949 passou a ser o 8o Regimento de Infantaria; em 1965 tornou-se o 1o Batalhão do 8o Regimento de Infantaria; em 1972 mudou novamente para 8o Batalhão de Infantaria Motorizado (8o BIMtz); e em 2004 recebeu seu nome atual, 7o Batalhão de Infantaria Blindado (7o BIB). (Fonte: livro A pré-história do Oitavo, do coronel Juvêncio Saldanha Lemos)
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Quem circula pelo Bonfim não demora a perceber os curiosos nomes de alguns dos seus prédios, batizados em homenagem a diversos países. Trata-se do Jardim das Nações, um conjunto de condomínios construído por iniciativa do empresário Roque Dick, no início da década de 1990. Ele recorda que, após o lançamento do Plano Collor e o confisco das poupanças, em março daquele ano, os financiamentos imobiliários se tornaram difíceis e as pessoas tinham medo de deixar o dinheiro nos bancos.
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“Eu precisava fazer alguma coisa. Então escolhi aquela área, que já era minha, para construir os condomínios”, lembra. Na época, o empresário anunciou o novo empreendimento nas páginas de uma edição de final de semana da Gazeta do Sul. “O nosso escritório ficava ao lado da Caixa Econômica Federal. Na segunda-feira, quando cheguei para trabalhar, a fila de interessados estava dobrando a esquina”, conta Dick. Naquele mesmo dia, mais de 300 apartamentos foram vendidos, por meio de financiamentos que chegavam a 150 prestações.
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Os prédios estão divididos em três áreas: América do Sul, América Central e Europa. A primeira ocupa um quarteirão inteiro com edifícios maiores. A segunda está situada em um terreno mais estreito e que faz uma curva, tal qual o continente. E a terceira, na parte onde estão situados os edifícios Holanda e Dinamarca, fica na parte mais baixa do bairro, em alusão aos Países Baixos. Com mais de 30 anos, o Jardim das Nações teve papel fundamental no crescimento do Bonfim e continua em expansão: em breve, haverá o lançamento dos edifícios Alemanha e Itália.
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Com loja na Rua Joaquim Murtinho há mais de 20 anos, o empresário Alex Ricardo Wegner considera que o Bonfim, apesar de majoritariamente residencial, também é uma boa região para o comércio. O empreendimento começou na Rua Iguaçu e depois se mudou para o endereço atual, próximo da rotatória com a Rua Marechal Deodoro. A escolha não foi por acaso, visto que a família já morava no bairro e o considerava uma boa escolha para a abertura do negócio.
Proprietário da Ferragens Wegner, Alex conta que o estabelecimento sempre teve uma clientela fiel vinda das redondezas, mas o movimento se intensificou após o asfaltamento da Joaquim Murtinho. A mudança tornou a via uma alternativa mais rápida aos motoristas que se deslocam do Centro para a Zona Sul de Santa Cruz ou vice-versa, e querem evitar os habituais congestionamentos das vias principais. “Muita gente está só passando por aqui, mas vê a loja, lembra que precisa de alguma coisa e acaba parando para comprar”, afirma o empresário.
Ainda mais antigo no bairro, o empresário Jorge Staub, da Protector Extintores, também considera o Bonfim um bom local tanto para morar como para trabalhar. O estabelecimento existe há mais de 40 anos e, quando começou, a Joaquim Murtinho ainda era apenas mais uma rua de chão batido. Staub reconhece que o bairro melhorou ao longo dos anos, mas faz um pedido à Prefeitura. “Precisa dar um jeito naquela rotatória. De manhã e no final da tarde, é muito complicado passar por lá.”
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