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ROSE ROMERO

Dorival e o sexo

É inevitável. No futebol brasileiro, quando um time vai mal, o mundo que desaba quase sempre é o do técnico. Dizem que na Europa é diferente. Que por aqui temos que mudar, evoluir, blábláblá. Mas no momento em que escrevo essa coluna, a derrota da Seleção Brasileira por 4 a 1 para a Argentina é o tema dominante. E a permanência de Dorival Júnior, a dúvida maior. Ao menos entre os rapazes.

Ah, os rapazes. Enquanto na mesa ao lado os homens falam sobre o jogo em Buenos Aires, eu e Claudinha colocamos os assuntos em dia.

– E aí, como vai o namoro?
– Ah, não deu.
– Poxa, ele até era bem bonitinho…
– Não sabia beijar.
– Hahaha. E tu acabaste por isso?
– Claro. Onde já se viu um homem de mais de 40 anos não saber beijar? Imagina como deveria ser o ato completo…
– Ah Claudinha, às vezes é preciso ensinar.
– Ensinar um homem dessa idade? Eu não. Se não aprendeu até agora, não aprende mais.
– Bom, isso é relativo. Outra mulher pode gostar dele.
– Até pode ser. É que… tipo… não deu química, sabe?
– Sei…
– E também porque eu prefiro o outro.
– Que outro?
– Não te contei do homem bom?
– Homem bom? Não contaste não.
– Pois conheci um homem muito bom.
– Que legal Claudinha. Um cara legal, pessoa séria?
– Não sei, não é disso que estou falando.
– Não entendi.
– Não é para formar casalzinho Rose. Nem sei se eu quero casar de novo. É só para transar.
– Ahhhh, tu está me dizendo que achou um homem bom de cama?
– Muuuuuuuito bom. Na hora do sexo ele sabe tuuuuuudo.

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Caímos na gargalhada dentro da cafeteria. Os analistas esportivos da mesa ao lado param por uns segundos e nos olham.

Volto para casa com a conversa na cabeça e a tarefa de escrever esse texto. Penso no Dorival Júnior, um homem que quer acertar e não consegue. Talvez ele seja como o sujeito rejeitado pela Claudinha porque nem beijar sabia. E a Seleção, uma mulher muito desejada mas difícil. O Dorival é um excelente treinador. E, no entanto, com a Seleção ele não funciona. Na Seleção ele é um beijo morno.

O fato é que neste quase mito chamado Seleção Brasileira, qualquer técnico vive entre a glória e o vexame. Pode nunca adentrar na galeria dos vitoriosos. Ou pode transformar aquelas estrelas de salários milionários em um time de verdade. Sorte? Talento? Inteligência? Esperteza? Qual o segredo dos que conseguiram vencer uma copa pelo Brasil? Não faço ideia. Quem sabe o homem bom da Claudinha tenha a resposta.

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