Será quase inevitável: em algum momento, a dor nas costas vai se manifestar. Estima-se que entre 60% e 80% da população enfrentará esse tipo de incômodo. Ainda que tenham surgido avanços em termos de diagnóstico e tratamento, o problema seguirá recorrente.
É o que aponta o ortopedista e traumatologista com especialização em cirurgia da coluna, realizada no Hospital São Vicente de Paulo, de Passo Fundo, Leonardo Domingues Stumm. Entre os motivos para isso, segundo ele, estão o crescimento na proporção da população idosa, o sedentarismo ou a quantidade de horas em má postura, especialmente em frente às telas.
“A dor nas costas tem origem chamada multifatorial, ou seja, inúmeras causas. Dentre as principais, podemos citar o envelhecimento (que causa degeneração da coluna), erros e vícios posturais, sobrepeso e obesidade, atividade física realizada em excesso ou de maneira inadequada, tipo de trabalho e outras atividades que o paciente executa no seu dia a dia e até mesmo causas psicossomáticas (depressão, ansiedade e outros)”, afirma.
Porém, o médico ressalta que, segundo os maiores estudos na área, o principal fator ainda é genético. Ou seja, se o paciente possui o gene que “enfraquece” o disco intervertebral em seu DNA, seu risco de possuir lesões na coluna é muito maior do que a população em geral.
“Hoje em dia, o fato de as pessoas permanecerem por tempo prolongado em posição sentada, usando computadores para trabalho, redes sociais e outras atividades, mantém a coluna vertebral por vezes em uma posição de hipoflexão (retificação) lombar e, comumente, hipercifotização da coluna cervical (a ‘corcunda’), o que a médio prazo acarretará em dores e contraturas na coluna”, ressalta.
Além disso, o trabalho em casa e por longos períodos sentado faz com que a musculatura não seja estimulada e trabalhada. Isso causa enfraquecimento muscular e, consequentemente, dores no corpo, inclusive na coluna vertebral.
Somada a todas essas situações, a pandemia do novo coronavírus contribuiu para agravar a situação, na análise do médico. Na sua rotina de consultório, a quantidade de pacientes queixando-se de dor nas costas, principalmente em razão do home office, cresceu bastante.
A prevenção é o melhor caminho. Conforme Stumm, é fundamental manter hábitos de vida saudável, cuidar da dieta e evitar o sobrepeso, realizando atividade física com frequência e moderação e exercícios e alongamentos voltados à coluna vertebral. “No seu dia a dia, é necessário cuidar da postura (e de seus familiares), evitando sentar-se ou deitar-se de maneira incorreta ou por tempo prolongado. No trabalho, caso exista algum risco de lesão laboral por esforço, deve-se atentar aos cuidados específicos e uso de equipamentos de segurança, se existirem”, orienta.
Além disso, a questão emocional também deve ser levada em conta. “Às vezes, ao tratarmos o estresse do dia a dia com uma boa música, uma boa noite de sono, meditação, entre outros, já aliviamos as dores que sentimos na coluna vertebral”, afirma.
Fatores de risco:
Sedentarismo
Má postura
Obesidade
Esforço físico extremo
Atividades físicas
A Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia reforça que a prática de atividade física com orientação profissional pode ajudar a reduzir o incômodo das dores nas costas. Os exercícios contribuem para o fortalecimento muscular e ajudam a diminuir o risco de lesões. Musculação, caminhada, hidroginástica, natação e alongar-se com frequência também ajudam muito.
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