Aos 87 anos, dom Aloísio Sinésio Bohn morreu na noite dessa quinta-feira, 9. O falecimento do bispo emérito de Santa Cruz do Sul surpreendeu colegas sacerdotes e consternou a comunidade. O Município decretou luto oficial de três dias. De acordo com a Diocese de Santa Cruz do Sul, o líder religioso estava hospitalizado nos últimos dias, mas recebeu alta. Na Casa Amparo Fraterno, onde residia, não resistiu a uma pneumonia e faleceu por volta das 20 horas.
Dom Sinésio era reconhecido em diversas dioceses do Brasil e tinha bom trânsito com paróquias do exterior. Foi ordenado presbítero em 1961, em Roma, e ao longo da vida sacerdotal visitou diversas vezes a Europa, em especial a Alemanha. Ele acolheu muitos visitantes em Santa Cruz e promoveu intercâmbios culturais e religiosos.
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Além do bom relacionamento dentro da Igreja, dom Sinésio tinha um perfil generoso, aconselhador e agregador, conforme relatos de pessoas próximas. Uma de suas características era a preocupação com a qualidade de vida de toda a população. Segundo colegas sacerdotes, ao se deparar com pessoas sem uma condição digna de vida, ele pressionava as autoridades em busca de cidadania.
Veja o que disseram algumas personalidades sobre a morte de dom Sinésio:
Procurou viver seu lema episcopal: ‘Para que todos sejam um’, promovendo o diálogo e a unidade entre as pessoas.
Dom Aloísio Alberto Dilli, bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul
É um herói que se entregou de corpo e alma para a evangelização chegar a todos. Muito generoso com todo mundo. Eu tenho uma gratidão eterna. Quando precisava de uma orientação, ele imediatamente atendia. Ele trabalhou muito para a comunhão. Sempre procurou caminhos para as pessoas terem mais qualidade de vida.
Dom Gílio Felício, bispo emérito da Diocese de BagéPublicidade
Dom Sinésio foi uma importante liderança religiosa, cuja atuação ficou marcada pela bondade e retidão de seus atos. É uma perda dolorosa não só para a comunidade católica de Santa Cruz do Sul, mas para todos aqueles que acreditam no bem e na caridade entre as pessoas.
Elstor Desbessell, vice-prefeito de Santa Cruz do Sul
Um homem de grandeza de coração, sempre conduzido pela virtude da serenidade, querido por todos e por quem eu tinha um carinho enorme. Quando vereadora de Santa Cruz, protocolei uma moção de congratulações pela passagem do 25o aniversário de sua ordenação episcopal, em 2002.
Helena Hermany, prefeita de Santa Cruz do Sul.
Quando ele chegou em Santa Cruz, era assessor da Pastoral da Juventude e da Pastoral Operária em nível de Brasil. Na primeira vez que veio a Venâncio, logo conquistou a juventude. O dom Sinésio foi uma pessoa muito livre. Não era um sacerdote esquemático, usava muito a intuição e o improviso. Sempre esteve junto às lutas populares e se destacou na luta por hospitais filantrópicos.
Padre Roque HammesPublicidade
Enquanto seminarista, dom Sinésio sempre me incentivou a perseverar nos estudos, na música, no esporte. Ensinou-me a me preparar para o mundo. Sou imensamente grato a ele.
Elemir João Polese, funcionário público e ex-seminarista
Dom Sinésio foi um homem marcante, especialmente na dimensão do ecumenismo. O lema que ele escolheu como sacerdote foi exatamente extraído do Evangelho de São João, do capítulo 17: ‘para que todos sejam um’. O legado que ele deixa é a grande dedicação para com o povo de Deus. Ele cultivava a harmonia, a partir do seu lema episcopal.
Padre Zeno Rech, vigário-geral da Diocese de Santa Cruz
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