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BISPO

Dom Aloísio começa a se despedir de Santa Cruz

Foto: Rafaelly Machado

Dom Aloísio Alberto Dilli completou 76 anos nessa sexta-feira: momento para começar o processo de despedida

Após a confirmação, pelo Papa Francisco, do pedido de renúncia apresentado ao governo pastoral da Diocese de Santa Cruz do Sul para a nomeação de um novo bispo, dom Aloísio Alberto Dilli já começa a pensar no seu futuro. Ele completou 76 anos nessa sexta-feira, 21.

Até a chegada do novo bispo, o monsenhor Itacir Brassiani, que deve ocorrer em setembro, dom Aloísio manterá suas funções na diocese como administrador apóstolico. Ou seja, ainda responderá como bispo. Após a ordenação de Brassiani, ele se tornará emérito e vai deixar suas funções. 

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À Gazeta do Sul, dom Aloísio disse que irá voltar ao encontro de sua família franciscana. “Outros bispos já fizeram isso. Vou passar a morar no Bairro Ipanema, em Porto Alegre, na casa provincial. Lá tem uma casa que foi construída sob minha direção para acolher freis doentes e idosos. Agora vou me juntar a eles.” Nesse momento, ele também destaca que continuará a se dedicar a cuidar das plantas. “Tenho muito apreço pela natureza.”

Dom Aloísio Alberto Dilli é o quarto bispo da Diocese de Santa Cruz. Ele assumiu o posto em 28 de agosto de 2016, sucedendo a Canísio Klaus, hoje bispo da Diocese de Sinop, no Mato Grosso. “Mesmo longe, vou manter laços com Santa Cruz, pois serei o bispo emérito daqui”, ressalta. 

Em ares de despedida, agradeceu à comunidade pela acolhida durante esses anos. “São muitos os municípios que a nossa diocese atende. Por isso, quero agradecer a todos que estiveram junto comigo nessa caminhada. Faço um apelo para que o novo bispo seja muito bem acolhido. Certamente é a pessoa que Deus nos indicou nesse momento histórico da nossa diocese.”

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Para saber

A nomeação do novo bispo, o monsenhor Itacir Brassiani, ocorreu na quarta-feira. A decisão chegou por meio de carta enviada diretamente do Vaticano, em Roma, escrita em latim.


Um novo bispo era aguardado desde o ano passado, quando dom Aloísio fez seu pedido de  renúncia, em 21 de junho. Essa é uma decisão comum dentro da Igreja Católica que precisa ser tomada quando o bispo completa 75 anos, idade definida para que ele se torne emérito, deixando as funções.

Brassiani atua como Superior Provincial para a América Latina dos Missionários da Sagrada Família, em Passo Fundo, e prepara-se para assumir a Diocese de Santa Cruz. Ele deve demorar um tempo para ser ordenado, pois finaliza um trabalho relativo à congregação onde atua. Por isso, esse prazo é até setembro.

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Mensagens de esperança em forma de poesia

Foi aos 17 anos que Aloísio Alberto Dilli viu na poesia uma forma de levar mensagens de paz a sua comunidade. O apreço pelos poemas surgiu em meados de 1965, quando estudou Língua Portuguesa em tempos de seminário.

“Dentro desse estudo tinha a formação poética. Aprendemos como fazer os versos, e a partir disso fui treinando e escrevendo alguns poemas”, disse. A sua primeira obra escrita foi chamada de Peregrinos na Esperança (leia ao lado). “Coincidentemente, esse é o tema escolhido pelo Papa Francisco para celebrar o ano jubilar da igreja, no ano que vem. Claro, meu poema não tem relação com a decisão, mas mostra que há muito tempo já se pensava nisso.”

Dom Aloísio também estudou em Roma, foi padre na Alemanha e bispo em Uruguaiana. “Lá na fronteira é um lugar de muita poesia, devido às músicas gaúchas”, ressalta. 

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Seus poemas mais recentes estão publicados na revista Integração, da Diocese de Santa Cruz do Sul. Alguns até se tornaram letra de música, como a obra Nossa Senhora de Fátima no Passo de Estrela, escrita durante a enchente de maio deste ano no Rio Grande do Sul.

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Poema

Peregrinos na Esperança, escrito por frei Aloísio A. Dilli em 11/02/1976

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Peregrinos na esperança 
Com a história em nossas mãos 
Caminhamos com firmeza 
Todos juntos como irmãos

Nossa estrada é a vida 
E a causa é um povo 
Nossa luz é o Evangelho 
Que inspira um mundo novo

Se o cansaço do caminho 
Nossos passos retardar 
Nossa força é Jesus Cristo 
E voltamos a andar

Ser fermento, luz e sal 
Muitas vezes leva à morte 
Mas o sangue derramado 
Torna o povo ainda mais forte

Ontem, hoje e para sempre 
O divino amor é igual: 
Quer reunir-nos num só povo 
Com vivência fraternal

Quando Deus está conosco 
Faz seu Reino acontecer 
E a missão em todos nós 
Ganha um novo alvorecer

Celebrando o jubileu 
Em espírito sinodal 
Nós seremos ‘Peregrinos 
Da Esperança’ celestial

*O poema foi adaptado em janeiro deste ano, com novos trechos, para compor a letra de uma música.

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