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Dólar sobe com expectativa sobre juros nos EUA; bolsa tem queda

Em dia de volume de negócios reduzido por causa do feriado de Corpus Christi na véspera, o dólar fechou esta sexta-feira, 5, em alta. A moeda americana refletiu a expectativa de elevação dos juros nos Estados Unidos ainda neste ano, após dados melhores que o esperado do mercado de trabalho daquele país sinalizarem fortalecimento da economia. O dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve valorização de 0,75% sobre o real, cotado em R$ 3,158 na venda. Na semana, porém, houve queda de 0,70%. Já o dólar comercial, usado no comércio exterior, subiu 0,54% no dia e caiu 1,13% na semana, para R$ 3,151. A cotação chegou a bater a máxima de R$ 3,188 nesta sexta-feira, mas perdeu força antes do fechamento do pregão.

No mês passado, foram gerados 262 mil novos postos de trabalho nos EUA, acima da expectativa, de 225 mil. Embora a taxa de desemprego tenha subido a 5,5% ante a mínima de sete anos de 5,4% registrada em abril, isso ocorreu devido à entrada de mais pessoas, provavelmente universitários recém-formados, na força de trabalho.

A avaliação de analistas é que, diante de indicadores econômicos positivos, o Federal Reserve (banco central americano) deverá subir os juros nos EUA ainda em 2015, embora seja consenso de que isso não deverá ocorrer na reunião deste mês da autoridade monetária. O Fed vem mantendo a taxa de juros americana perto de zero desde dezembro de 2008, numa medida para amenizar os impactos da crise. A expectativa é que a taxa volte a subir em setembro ou dezembro deste ano.Uma alta do juro americano deixaria os títulos do Tesouro dos EUA – que são remunerados por essa taxa e considerados de baixíssimo risco – mais atraentes do que aplicações em mercados emergentes como o Brasil, provocando uma saída de recursos dessas economias. A menor oferta de dólares tenderia a pressionar a cotação da moeda americana para cima.

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Investidores também continuaram monitorando a postura do Banco Central brasileiro em relação às ofertas de swap cambial (operação que equivale à venda futura de dólares), após a autoridade monetária sinalizar que seguirá fazendo neste mês rolagem parcial do lote de contratos que vence em julho. O BC rolou nesta sexta-feira 7.000 contratos de swap, em uma operação que movimentou US$ 342,4 milhões.

Bolsa

No mercado de ações, o principal índice da Bolsa brasileira fechou em queda nesta sexta-feira, também refletindo a expectativa de aumento de juros nos EUA ainda em 2015, além da elevação da taxa básica de juros no Brasil, a Selic, para 13,75% ao ano.

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O aperto monetário restringe a oferta de crédito no país e freia o crescimento econômico, o que tem reflexo negativo no desempenho financeiro das empresas, inclusive as negociadas na Bolsa.  O Ibovespa perdeu 1,03%, para 52.973 pontos. O volume financeiro foi de R$ 5,935 bilhões. Na semana, o índice acumulou leve alta de 0,40%, pondo fim a uma sequência de duas quedas semanais.

A queda dos bancos, segmento com maior peso dentro do índice, ajudou a empurrar o indicador para baixo. O Itaú cedeu 2,39%, para R$ 33,15, enquanto a ação preferencial do Bradesco, sem direito a voto, mostrou baixa de 2,34%, para R$ 27,54. O Banco do Brasil recuou 1,19%, para R$ 22,33. A exceção foi o Santander Brasil, com valorização de 0,95%, para R$ 16,01. O STF (Supremo Tribunal Federal) negou recurso do Ministério Público Federal sobre Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o que resultará em reversão de R$ 4,8 bilhões de provisões do banco.

Outras grandes companhias encerraram o dia no vermelho, como a Petrobras e a Vale, que viram seus papéis preferenciais registrarem desvalorizações de 2,10% e 0,28%, respectivamente, para R$ 12,56 e R$ 17,61. Fora do Ibovespa, as ações da Par Corretora fecharam em forte alta de 12,73%, para R$ 13,90 cada uma, em sua estreia na BM&FBovespa. O papel havia sido precificado acima da faixa indicada inicialmente pelos coordenadores, em uma oferta inicial de ações que movimentou mais de R$ 600 milhões.

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A oferta da corretora de seguros, que tem a Caixa Seguros Holding e a GP Investments entre os principais acionistas, saiu a R$ 12,33 por papel, na primeira operação do tipo em cerca de oito meses

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