O principal índice da Bolsa brasileira fechou esta segunda-feira, 14, em alta com investidores repercutindo positivamente o esforço fiscal anunciado pelo governo para tentar cumprir a meta de superávit primário de 0,7% do PIB (Produto Interno Bruto) em 2016. A medida também derrubou a cotação do dólar após duas altas seguidas. O Ibovespa fechou em alta de 1,90%, para 47.281 pontos. O índice foi na contramão dos mercados acionários nos Estados Unidos e Europa, que fecharam no vermelho.
No câmbio, o dólar à vista, referência no mercado financeiro, teve desvalorização de 0,60% sobre o real, terminando o dia cotado em R$ 3,856 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, recuou 1,54%, para R$ 3,818.
Os ministros Nelson Barbosa (Planejamento) e Joaquim Levy (Fazenda) anunciaram nesta segunda que o governo cortará R$ 26 bilhões em gastos. Algumas medidas anunciadas para atingir a meta do superávit foram o adiamento do reajuste dos servidores para agosto do ano que vem e a suspensão de concursos públicos.
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“É uma resposta rápida do governo tentando evitar a perda do grau de investimento do país por uma outra agência de risco, o que faria com que alguns grandes fundos de pensão que investem no país tivessem que se desfazer de suas aplicações por aqui”, disse Leonardo Bardese, estrategista da BGC Liquidez.
Na semana passada, a agência de classificação de risco Standard & Poor’s rebaixou a nota de crédito do Brasil, retirando o selo de bom pagador do país e citando a “falta de habilidade” e “vontade” do governo Dilma Rousseff ao submeter um orçamento deficitário ao Congresso.
A expectativa pelo anúncio de corte nos gastos públicos refletiu positivamente no mercado de juros futuros. O contrato de DI com vencimento em janeiro de 2013 fechou com taxa de 14,350%, ante 14,460% na sessão anterior. O DI para janeiro de 2021 ficou em 14,940%, ante 15,110% na sexta-feira, 11.
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