Com a reforma da Previdência em compasso de espera, os investidores voltaram as suas atenções para os Estados Unidos nesta tarde de sexta-feira, 1. Durante o depoimento do antigo conselheiro de Segurança Nacional Michael Flynn, o dólar alcançou o patamar mais baixo do dia, a R$ 3,2490. A leitura do mercado era de que o escândalo poderia atrapalhar a votação da pauta tributária pelo Senado.
No entanto, indícios de que o governo americano teria conseguido angariar os votos necessários para aprovação da reforma fizeram com que a queda se arrefecesse A divisa negociada no balcão à vista encerrou a primeira sessão de dezembro com um recuo menos acentuado a R$ 3,2542. O recuo de 0,49% de hoje arrefeceu a alta acumulada da semana, de 0,74%. Na mínima, alcançou R$ 3,2490 (-0,64%) e, na máxima, R$ 3,2816 (+0,35%).
Já o giro desta sexta-feira foi de US$ 770,5 milhões. “Para o mercado americano, o que importa é a aprovação da reforma tributária, independentemente se (Donald) Trump vai continuar ou não na presidência depois do escândalo”, afirma um operador que preferiu não se identificar. “O mesmo aconteceu no Brasil quando os irmãos Batista fecharam a delação premiada: não importava se o (Michel) Temer iria ficar no cargo ou não, desde que a reforma da Previdência fosse aprovada antes. O mercado gosta da pauta de reformas do Temer, não necessariamente do Temer”, acrescenta.
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Além da influência externa na sessão desta sexta-feira, o leilão de 14 mil contratos de swap cambial (de US$ 700 milhões) trouxe tranquilidade para os investidores. “Não é uma operação que faz preço, mas deixa o mercado mais calmo, pois mostra que o Banco Central está acompanhando de perto o possível impacto do dólar na inflação”, afirma Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso.
Apesar de todas essas pressões internas e externas, a reforma da Previdência continua sendo o principal termômetro do vaivém do câmbio. “Acho que o Temer está costurando a reforma ministerial para conquistar votos para a aprovação da proposta da Previdência. O presidente sabe que é a sua última cartada, por isso não pode errar”, diz Cleber Alessie Machado Neto, operador de câmbio da H.Commcor, lembrando a escassez de tempo para votação da pauta antes do recesso de fim de ano do Congresso.
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