O dólar voltou a cair e fechou nesta terça-feira, 24, no menor nível em mais de um mês, a R$ 3,7439 (-1,03%), cotação mais baixa desde 18 de junho. O cenário externo favorável e a perspectiva das mesas de operação de que a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) ganhe fôlego com o apoio dos partidos do Centrão, que deve ser anunciado formalmente na quinta-feira, estimularam as vendas da moeda norte-americana. Operadores relatam que há ainda um movimento de agentes se desfazendo de operações compradas de dólar, incluindo alguns fundos estrangeiros.
Nas mesas de câmbio, os profissionais gostaram da entrevista que Alckmin deu ontem à noite no programa da TV Cultura, Roda Viva, e segundo o diretor de uma gestora estrangeira de recursos, se o empresário Josué Gomes, filho de José de Alencar, aceitar ser vice do tucano, os mercados podem ter nova onda de melhora. Uma das leituras é que Gomes, por ter tido um pai que foi vice no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, teria mais trânsito no PT no caso de se discutir a votação das reformas no Congresso. Tanto que o PT quer Gomes em sua chapa ou no governo mineiro ou na eleição presidencial. Hoje, a executiva nacional do PR, partido de Josué Gomes, divulgou nota negando que ele tenha recusado ser o vice na chapa de Alckmin.
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Na avaliação do operador de câmbio da corretora Spinelli, José Carlos Amado, os agentes aproveitaram o cenário mais tranquilo aqui e lá fora nesta terça-feira para se desfazer de posições compradas em câmbio. Além disso, a sinalização é a de que houve entrada de recursos externos. Os apoios conseguidos por Alckmin ajudaram a acalmar o mercado, mas Amado ressalta que o quadro político ainda segue muito indefinido e a queda do dólar pode não se sustentar nos próximos dias. “É mais fácil o mercado enxergar um piso do que um teto para o dólar”, disse ele.
Para os estrategistas da Icatu Vanguarda, o cenário externo e as eleições devem continuar ditando a dinâmica dos ativos locais nos próximos dias, já que deve prosseguir a tendência de recuperação lenta do Produto Interno Bruto (PIB), a inflação deve prosseguir baixa e contida, as contas externas saudáveis, mas os problemas fiscais devem continuar latentes.
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