O casal de empresários Evandro Abad e Gabriela Gerbi arruma as malas para viajar por nove dias pelo Caribe, com um casal de amigos. “Estou prestes a completar 30 anos e conhecer Cuba era um sonho antigo meu e de um amigo de infância. A gente achava que tinha de conhecer a história da ilha logo, antes que tudo se perca com a inevitável abertura política e a aproximação com o mundo capitalista”, diz Abad.
No ano passado, eles haviam feito uma viagem para Gramado, na serra gaúcha. “Vamos de avião até Havana, onde devemos passar três dias e, de lá, vamos seguir de cruzeiro passando pela Jamaica, Ilhas Cayman e México. A baixa do dólar foi fundamental para viabilizar a ida a Cuba. Se o câmbio tivesse ficado tão alto quanto no ano passado, a viagem poderia até acontecer, mas ficaríamos menos tempo ou optaríamos por um destino mais em conta no Brasil ou, no máximo, na América do Sul.”
O dólar à vista encerrou nesta quinta-feira, 16, cotado a R$ 3,082 – até registrou uma leve alta, de 0,72% em relação ao dia anterior, mas acumula queda de 24,3% em um ano. O mercado projeta que a divisa possa ficar abaixo de R$ 3 nas próximas semanas, embalada, entre outras coisas, pela forte entrada de recursos estrangeiros no País.
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As quedas consecutivas ao longo do ano e a perspectiva de mais baixas fizeram aumentar as emissões de viagens internacionais nas agências de turismo. O setor estima um aumento de 25% a 30% nas vendas desde o início deste ano em comparação com 2016.
“Com a crise e o dólar alto, a alta temporada do ano passado ficou marcada pelo movimento de consumidores que trocavam as viagens internacionais por destinos domésticos. Desde o fim de 2016, porém, quem planejava ir para o exterior tem podido se programar com mais tranquilidade. A recessão deixou o consumidor com menos renda, mas a queda do dólar nos abriu muitas oportunidades”, diz Luiz Eduardo Falco, presidente da CVC.
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