Santa Cruz do Sul sempre contou com excelentes médicos, muitos filhos da cidade e outros vindos de fora. Esse é o caso do doutor Lothar Fertig, que nasceu na Hungria em 11 de abril de 1899.

Aos 17 anos, alistou-se como voluntário no Exército e participou da 1ª Guerra Mundial. Por seis meses, foi prisioneiro das tropas italianas na Sicília. Ao ser liberado, ingressou na Régia Universidade Húngara de Ciências, onde formou-se médico em 1930, com especialização em cirurgia geral.

Naquele ano, casou-se com Emma Balla, e, em 1934, veio exercer a medicina no Brasil. A localidade escolhida foi o distrito (hoje município) de Sinimbu, no interior de Santa Cruz. Mas, algum tempo depois, voltou à terra natal, pois a esposa sentia saudades da família.

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Foto: Divulgação

A comunidade, que tinha muito carinho por Lothar, organizou um abaixo-assinado pedindo sua volta. Em 1936 o casal retornou a Sinimbu, onde ele atuou até 1943, quando mudou-se para Santa Cruz.

Lothar Fertig residia e mantinha consultório na Rua 28 de Setembro, ao lado da Sociedade Ginástica, e realizava cirurgias no Hospital Santa Cruz. Quando as estradas eram ruins ou sequer existiam em muitas regiões, o médico visitava os doentes em casa, viajando no lombo do cavalo.

Os passatempos do dr. Fertig eram tocar violino, ouvir música erudita, ler e viajar. Ele se aposentou com 83 anos e, diariamente, caminhava pelo Centro, de bengala e com sua tradicional gravata borboleta, cumprimentando os conhecidos.

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Antigos pacientes lembram da forma gentil com que tratava a todos, inclusive não cobrando consulta dos mais carentes. Ele foi o primeiro cirurgião credenciado na cidade para atender pelo Iapi, Absdaer e acidentes de trabalho.

Lothar faleceu em 30 de julho de 1991, aos 92 anos. Como sucessor na medicina, deixou seu único filho, o médico Átila Fertig, que há anos atua em Santa Cruz.

Fonte: livro Doktors, de Claus M. Preger

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