Após quase quatro anos, será finalizado nesta quinta-feira, 30, na Justiça, um caso de duplo homicídio registrado em Santa Cruz do Sul. Indiciados pela Polícia Civil e denunciados pelo Ministério Público (MP), Matheus Fernandes de Oliveira, de 22 anos, e Rodrigo Lopes, de 33, sentam no banco dos réus, no Fórum. Eles, que atualmente estão em liberdade, são acusados de terem assassinado a tiros Bruno Lutiele Rosa de Paula, de 21 anos, e Deivid Patrick Schimidt, de 28, em 30 de dezembro de 2019.
A sessão desta quinta-feira começa às 13h15 e será presidida pela juíza Márcia Inês Doebber Wrasse. Sete pessoas serão sorteadas para compor o conselho de sentença. A acusação será feita pelo promotor Flávio Eduardo de Lima Passos, autor da denúncia. A defesa de Rodrigo Lopes ficou a cargo da Defensoria Pública, que será representada por Arnaldo França Quaresma Júnior.
RELEMBRE:
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O advogado criminalista Mateus Porto defende Matheus Fernandes de Oliveira. Os réus respondem por homicídio triplamente qualificado, com as qualificadoras – dispositivos que podem ampliar a pena – de motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima. O crime a ser analisado pelos jurados aconteceu às 19h45 de 30 de dezembro de 2019.
Bruno Lutiele e Deivid Patrick foram assassinados a tiros nas imediações do número 100 da Rua Primavera, no Residencial Viver Bem, Bairro Dona Carlota, em Santa Cruz. De acordo com as investigações da Polícia Civil, o duplo assassinato teve como motivação supostas desavenças envolvendo o tráfico de entorpecentes na Zona Sul da cidade. Responsável pela investigação, o delegado Alessander Zucuni Garcia deve prestar depoimento no júri.
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O caso a ser julgado nesta quinta-feira é cercado de peculiaridades. Uma delas é que minutos após o crime, durante a fuga dos acusados em um Volkswagen Gol, eles se acidentaram ao colidir com uma camionete nas imediações do semáforo junto ao trevo da BR-471. A Brigada Militar esteve no local do acidente e apreendeu uma pistola calibre 9 milímetros cromada, além de dois carregadores.
Além dos dois réus, um terceiro acusado foi apontado como envolvido. Bruno Machado de Moraes, de 21 anos, também foi indiciado e denunciado pelo crime, e responderia pelo assassinato em julgamento marcado para 10 de novembro de 2021. No entanto, a sessão foi cancelada faltando um dia, pois o MP solicitou a realização de uma perícia de confronto balístico entre uma arma apreendida e os projéteis retirados do corpo da vítima.
Com isso, os três réus, que cumpriam prisão preventiva no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, foram liberados para aguardar nova data para o júri. Contudo, a soltura se tornaria trágica para Bruno Machado. Menos de sete meses depois, em 2 de julho de 2022, o rapaz foi assassinado a tiros. Seu corpo foi encontrado próximo à escada de acesso a uma residência na Rua Presidente João Goulart, no Bairro Faxinal Menino Deus.
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Conforme uma investigação da 2ª Delegacia de Polícia, o mandante desse homicídio seria um homem de 44 anos, conhecido no submundo do crime pelo apelido de Toquinho. Ele é apontado como um dos líderes da facção Os Manos e cumpre pena na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas. O motivo da morte teria sido que Bruno fazia telentrega de drogas para o chefe e teria dormido em seu turno de serviço. Esse caso segue em andamento na esfera judiciária.
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