Aproveitando a passagem do Dia do Gaúcho, neste 20 de setembro vamos lembrar de três figuras emblemáticas da história do Rio Grande do Sul: o tropeiro, o carreteiro e o Musterreiter (caixeiro-viajante).
Os tropeiros lidavam com as tropas de gado, cavalos, mulas e outros. Muitos faziam percursos longos, atravessando as fronteiras do Estado. Cinco ou seis cavaleiros conduziam 100 ou mais animais. As viagens duravam dias, dormindo ao relento. O alimento principal era o churrasco assado em fogo de chão e o arroz com charque.
Havia ainda o tropeiro “autônomo”, que viajava sozinho ou com um parceiro. Sua meta não era lidar com grandes tropas, mas ganhar a vida negociando cavalos e mulas. Ele comprava animais por um preço baixo e, logo adiante, os revendia pelo dobro. Cavalos velhos eram adquiridos e negociados com tropeiros que abasteciam frigoríficos em Pelotas.
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Os carreteiros também exerceram papel importante. Eles transportavam mercadorias da colônia para a cidade e vice-versa. As carretas iam carregadas com milho, feijão, banha e outros. Na região, o destino principal era o porto de Rio Pardo. Ali vendiam os produtos e uma parte era trocada por aquilo que a colônia não produzia. Costumavam viajar em comboios, para ficarem protegidos dos assaltantes.
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Por último, tem a figura do caixeiro-viajante, chamado de Musterreiter nas localidades de colonização alemã. Ele seguia no lombo de um cavalo ou de uma mula, carregando os mais diversos artigos, que eram vendidos aos comerciantes. Através dele, as notícias e novidades chegavam aos cafundós. Alguns viajavam em carroças lotadas com tecidos, calçados, louças, panelas e outros.
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O tropeiro e o caixeiro-viajante possuíam coisas em comum, especialmente na vestimenta, no estilo gaúcho. Chapéu de aba larga, bombacha, poncho (ou pala), botas, esporas, guaiaca, lenço no pescoço, faca e garrucha na cintura. Havia quem chamasse o Musterreiter de “gaúcho alemão”.
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