Em meu artigo de duas semanas atrás neste espaço (“O meu, o seu, o nosso idoso”), meu enfoque foi relacionado à convivência e aos cuidados com o idoso, mais precisamente tocante aos prováveis cuidadores, a exemplo de filhos e irmãos. Uma questão privada.
Prossigo nas reflexões, sobretudo quanto às demais relações e necessidades do idoso, sejam de saúde, econômicas e sociais. Uma análise que transcende o ambiente privado e responsabiliza o ambiente público.
Por exemplo, ainda que haja determinado nível de atendimento, é evidente que as demandas de atenção à saúde se agravarão. São frequentes os problemas e as limitações no fornecimento de remédios, atendimento hospitalar e tratamento médico, por exemplo.
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Diferente também não é o tocante ao transporte público, onde as inadequações combinam-se com falta de solidariedade e respeito, razão de sacrifício físico e sofrimento psicológico dos idosos.
Problemas e dificuldades que se apresentam também nas calçadas e nos passeios públicos mal adaptados e cuidados, razão de quedas e machucaduras.
E há uma demanda mais grave a caminho, paulatina e crescente. Precisaremos de muitos asilos. Asilos públicos e particulares. As famílias são cada vez menores, há muitos casais separados, filhos jovens independentes e fora de casa, e muitas pessoas morando sozinhas.
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Pior. É inevitável relacionar essas constatações às questões ligadas à previdência social, aos aposentados e suas necessidades financeiras. Nos últimos anos, mudanças no mercado de trabalho, na estrutura familiar e nas taxas de natalidade e mortalidade têm exercido um grande impacto no sistema previdenciário, com evidentes perdas financeiras dos beneficiários.
Dito de outro modo, cada vez mais há mais pessoas recebendo, e por mais tempo, e cada vez mais há menos pessoas contribuindo para o sistema previdenciário.
Significa que é cada vez menor a participação produtiva dos jovens em relação aos idosos. Não basta existirem pessoas em idade ativa, é necessário que estejam no mercado de trabalho e contribuindo.
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Agora, meu caro leitor, faça a seguinte conexão. A esse desafio social que é atender dignamente esta crescente população (aposentados e idosos), some 12 milhões de desempregados, aproximadamente, à espera de oportunidades de trabalho e geração de renda.
Acredito que estamos diante de desafio nacional gigantesco e seríssimo. Aliás, nossos líderes, nossos representantes políticopartidário-governamentais, esses mesmos que dominam o debate público, será que teriam algo a dizer em modo inovador, consistente e promissor?
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