Relações e vivências cultivadas ao longo de anos foram estreitando laços de amizade e construindo familiaridade para com Tübingen. Mesmo do lado de cá do oceano algumas pessoas especiais, que lá conheci, continuam próximas.
Sempre que posso, volto para lá. Seu centro histórico tem magia. Gosto de caminhar por entre inúmeros prédios medievais que me remetem a um tempo distante; aprecio passear ao longo do rio Neckar ou deixar-me levar pelo rio em um Stocherkahn, um barco raso, conduzido por uma estaca; tomar um café nos jardins do castelo no alto da coxilha, onde estudei no Uhland-Institut da universidade centenária.
Encantam-me os muros tomados de heras; o cemitério histórico no qual repousam poetas famosos em meio a flores e verde cuidadosamente cultivados. Bancos sob as sombras de árvores convidam a me deixar ficar, meditar ou simplesmente ouvir as aves que gorjeiam e fazem ninhos no cemitério. Gosto dessa cidade antiga e ao mesmo tempo jovem. Mais de 28 mil estudantes (2022/23) frequentam a universidade fundada em 1477 e que ostenta status de excelência.
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Lá até mesmo o prefeito me é familiar, eu o encontro fazendo compras na feira, de mochila nas costas, no ônibus urbano, andando de bicicleta a caminho da prefeitura em seu traje de trabalho. Diversas vezes participei de suas recepções de ano novo. Boris Palmer é prefeito de Tübingen desde 2007. Desde aquele tempo, ele continua sendo reeleito a cada oito anos. Também no ano passado Palmer foi reeleito, sempre com absoluta maioria de votos.
A cidade é muito verde – durante primavera e verão, arranjos de flores vivificam ainda mais as ruas e a ponte do Neckar. Tübingen não é somente referência por sua universidade, mas também por seus cuidados para com o meio ambiente e pela qualidade de vida de seus moradores. Lá posso fazer longas caminhadas nas florestas que circundam a cidade.
Gosto de ir a Bebenhausen, uma vila em meio a uma clareira da floresta Schönbuch, e visitar seu secular castelo e mosteiro, ou ir até a vila Hagelloch de quase mil anos, onde mora minha amiga Sabine Heinle. Todos esses lugares pertencem a Tübingen, e gosto de visitá-los caminhando por entre campos de macieiras e florestas guarnecidas de trilhas e bancos para uma pausa ou simplesmente silenciar, sentir os aromas florestais e espreitar o canto das aves e o farfalhar das folhas ao vento.
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Seus bairros residenciais e vilas têm vida própria e os moradores têm voz ativa nas decisões referentes ao espaço coletivo de viver. Nas ruas arborizadas, amplas moradias, sem nenhum outro empreendimento. Para essa finalidade, existe sempre um centro de compras e de convivência – com farmácia, mercado, padaria, restaurante, banco. Isso confere tranquilidade à vida nas áreas residenciais.
Convivência civilizada – cuidados para com os espaços coletivo de vida, respeito ao descanso noturno e ao lazer dominical, quando os mercados permanecem fechados, mas confeitarias, teatros, cinemas, restaurantes, museus estão receptivos aos convivas. Isso faz de Tübingen um lugar cheio de vida aos domingos. Uma cidade que sabe integrar passado com o presente. Tudo isso e muito mais se tornou familiar em minha vida e me convida a voltar, sempre.
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