O bispo da Diocese de Santa Cruz do Sul, dom Aloísio Alberto Dilli, completa nesta quarta-feira, 21 de junho, 75 anos de vida. A data, além de ser um dia de comemoração, é marcada por um fato importante na carreira do religioso e para a história cristã da região: a renúncia ao cargo. Em entrevista à Rádio Gazeta FM 107,9, dom Aloísio comentou a saída do posto e relembrou sua trajetória.
O religioso, nascido em 21 de junho de 1948, na localidade de Boa Vista de Poço das Antas, a oito quilômetros da cidade de Poço das Antas, vizinha a Teutônia, contou que seu nome tem um significado especial. “Surgiu da junção do início do inverno com o cristianismo, pois nessa data também é o dia do padroeiro São Luís. Com isso, minha mãe Verônica (in memoriam) disse que nasci pela meia-noite, e ela não teve dúvidas em colocar este nome.”
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Já a ideia de ser padre, ele contou que vem desde a infância. “Eu tinha essa vontade dentro do meu coração, e pelo fato de a minha família viver a fé cristã na escola e comunidade.” A vivência com o ambiente da fé, desde os 4 anos, fez aflorar em Dilli a vontade de seguir por esse caminho. “Eu tinha 11 anos quando saí de casa para ir ao seminário de Taquari. Lá, encontrei uma grande família de 200 seminaristas”, recordou.
Sair da comunidade de Boa Vista foi dolorido para o jovem Dilli, que, anos mais tarde, viria a se tornar padre. “Éramos nove irmãos. Meus pais falavam que não tinham como oferecer uma faculdade, mas, se quiséssemos entrar para o seminário, teríamos total apoio. Foi o que aconteceu”, ressaltou dom Aloísio.
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O bispo dom Aloísio Alberto Dilli desembarcou em Santa Cruz do Sul, para assumir a Diocese, em 28 de agosto de 2016. Antes disso, ele teve uma longa trajetória iniciada em 1977, quando foi ordenado presbítero, para assumir a comunidade de Boa Vista de Poço das Antas, como padre. “Depois de três anos, fui demandado a trabalhar na formação dos jovens seminaristas. Um pouco depois, veio o convite para estudar em Roma”, contou.
No país europeu, Dilli realizou mestrado em liturgia no Instituto Litúrgico Santo Anselmo, de Roma. Para ele, tratou-se de uma experiência rica no campo litúrgico. “Nas férias, eu aproveitava para ir à Alemanha trabalhar em duas paróquias (em Karlsruhe e Lohr am Main). “Eu dominava algo do dialeto alemão, então me ajudou. Fiquei dois anos e meio na Europa”, sublinhou.
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O líder religioso também conheceu três papas. “Por meio de um amigo, fui com ele como secretário, e tive a alegria de me encontrar com João Paulo II. Lembro que o papa me perguntou o que eu estava estudando. Além disso, ele deu um terço para minha mãe. Foi um momento muito especial. Eu também ganhei um terço. O encontro durou cerca de dois minutos”, relembrou. Dilli ainda teve a oportunidade de conhecer os papas Bento XVI e Francisco.
Finalizado o curso em Roma, ele retornou ao Brasil e cumpriu seis meses como mestre do noviciado em Daltro Filho. Mais tarde, recebeu o convite, de forma inesperada, para ser bispo em Uruguaiana. “Depois de ministrar a diocese de lá, veio o convite para assumir em Santa Cruz, onde estou até os dias atuais.”
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“Lembro que recebi uma ligação informando que o papa Francisco havia me escolhido, entre três nomes, para ser bispo em Santa Cruz. Ganhei três dias para decidir se iria. Foi em um encontro de bispos, em Porto Alegre, durante conversa com um grande amigo, que tomei a decisão de aceitar o convite”, contou.
Em entrevista à Gazeta do Sul, em março deste ano, o líder espiritual dom Aloísio Alberto Dilli, referência para todos os fiéis católicos de uma área formada por 52 paróquias, que abrangem 40 municípios, desde Arvorezinha, no Alto Vale do Taquari, a Dom Feliciano e Amaral Ferrador, contou que cotidianamente busca exercitar o contato e o convívio com a natureza.
Mais do que o convívio, esmera-se ele próprio em realizar diversas tarefas, sempre que possível, na horta, no pomar, no jardim e no pátio da residência episcopal, na Rua Thomaz Flores, na proximidade dos demais espaços da Mitra, e a pouco mais de uma quadra da Catedral São João Batista.
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Em diferentes espaços no quintal da ampla casa episcopal, o pomar e a horta, ainda que de dimensões limitadas, permitem que sejam colhidos, em canteiros pelos quais o bispo zela, hortaliças, verduras, temperos variados e frutas, que são aproveitados e servidos nas refeições para as pessoas da equipe.Na horta, dom Aloísio ajuda a preparar a terra, capinar, plantar, semear, cuidar e colher as mais variadas hortaliças.
Atento à fertilidade e à qualidade do solo, costuma recolher os resíduos orgânicos gerados na cozinha ou no quintal, e os leva para os canteiros na horta; faz uma pequena vala, onde depõe esses materiais, e os cobre com a terra ao abrir, ao lado, já uma nova vala, que fica pronta para a vez seguinte.
Nada jamais é desperdiçado, e cada recurso natural é cuidado, preservado, conservado. Como deveria ser em todos os lugares.
Colaboraram os jornalistas Ronaldo Falkenback e Adriano Júnior
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