O Conecta Expoagro Afubra – Especial Online, Ligando o Campo e a Cidade terminou nessa sexta-feira, 19, com o webinar Agricultura familiar: diversificação, produção e renda. Os convidados do dia foram o tesoureiro da Afubra, Marcílio Drescher; o representante da FAO no Brasil, Rafael Zavala Gomez del Campo; o presidente da Emater/RS-Ascar, Geraldo Sandri; o secretário de Agricultura Familiar e Cooperativismo do Mapa, Fernando Schwanke; e o produtor rural Giovane Luiz Weber. O diretor do Departamento de Assistência Técnica e Extensão Rural da Secretaria de Agricultura Familiar e Cooperativismo, Pedro Antônio Arraes Pereira, substituiu Schwanke na segunda parte por causa de compromissos do secretário em Brasília.
Drescher ressaltou a diversificação como ingrediente no DNA desde a fundação da Afubra. Para ele, é um fator de segurança, estabilidade e qualidade de vida para o produtor. “A diversificação fornece maior segurança. Por isso, orientamos e ajudamos os agricultores. No início, era para a subsistência. Agora, é pela renda e qualidade de vida também”, comentou. Ele citou os sistemas integrados, principalmente na fumicultura, mas também com aves, suínos e gado leiteiro.
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Schwanke dissertou sobre o trabalho realizado no Mapa em relação à agricultura familiar. Segundo o secretário, 3,7 milhões de estabelecimentos rurais são da agricultura familiar no Brasil, o que representa 80% do total de propriedades. A agricultura familiar, de acordo com Schwanke, representa 24% do PIB da agropecuária brasileira. A preocupação é com as famílias de menor renda, com até R$ 23 mil por ano. São 2 mil estabelecimentos, concentrados no Norte e no Nordeste. “O desafio é manter as famílias no campo, com infraestrutura, por meio de políticas públicas governamentais”, frisou.
O Mapa trabalha com três pilares, um dos quais é a política de crédito para qualificar o Pronaf, existente há quase três décadas. São R$ 11 bilhões por ano direcionados ao programa. A construção de residências foi um diferencial inserido desde 2019. Já houve 15 mil casas financiadas para famílias da agricultura familiar. Em 2020, os filhos puderam captar recursos com a anuência dos pais. E Schwanke frisou o incremento do Plano Safra, com R$ 33 bilhões disponíveis, para auxiliar no investimento necessário à diversificação no meio rural.
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A assistência técnica é considerada o principal desafio. Conforme o Censo Agropecuário de 2017, 20% dos agricultores são atendidos. No Sul, o volume é de 48%, mas nas regiões Norte e Nordeste fica apenas em 7% e 8%, respectivamente. Na cultura do tabaco, a cobertura é total. Por isso, o Mapa lançou um programa para ampliar a base de atendimento, inclusive com oportunidades para jovens formados em cursos ligados ao campo.
Schwanke ainda citou o projeto de plantas aromáticas bioativas, em andamento, com aproveitamento do Centro Vocacional Tecnológico (CVT) do Parque da Expoagro. “Está em estruturação, com nove plantas selecionadas. Já tem venda garantida, tecnologia de produção e oportunidade de crescimento para a diversificação.”
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Meta é ampliar a qualidade de vida no campo
Giovane Luiz Weber, agroinfluencer e comunicador da Gazeta Grupo de Comunicações, destacou a importância da qualidade de vida para os agricultores. Para ele, uma das dificuldades é a venda da produção, principalmente pela questão da logística. Weber salientou a importância da Expoagro Afubra como oportunidade para o produtor conferir novidades, ter acesso a informações e novas tecnologias, elementos essenciais para melhorias na produção.
“A agricultura familiar não é vista de forma mais ampla. Mas muitos quilos e litros consumidos em cada mesa saem das pequenas propriedades. A Expoagro é uma vitrine e faz uma falta enorme por não ter sido realizada”, sublinhou. Com os vídeos na internet, Weber propõe mostrar o cotidiano dos agricultores, que precisam enfrentar desafios como o custo de produção. “Uma lavoura forte faz a cidade mais forte. Quando diversificamos o alimento na mesa, estamos estimulando a diversidade no campo”, finalizou.
Sandri destacou a relevância da extensão rural para o desenvolvimento da agricultura familiar. A pandemia, segundo ele, exigiu reinvenções, como feiras virtuais. Ressaltou a importância da gestão nas propriedades, para que o agricultor possa ter dimensão do negócio rural. A Emater organiza ações para a evolução da agricultura familiar, principalmente com a criação de agroindústrias. “As novas tecnologias e a rentabilidade maior tornam o trabalho no campo, por meio da sucessão familiar, uma oportunidade para os jovens. É um trabalho com o qual nos dedicamos bastante.”
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O mexicano Gomez Del Campo percebe que o Brasil tem diferenças fundamentais em relação aos outros países da América Latina. Uma delas é o fato de 70% da população estar em municípios pequenos, favoráveis à agricultura familiar, o que para ele é um fator de equilíbrio maior de renda nessas cidades, comparado às metrópoles. “A estabilidade é dada por emprego, tanto no meio rural como nas zonas urbanas. As pequenas cidades são praticamente mantidas pela agricultura”, afirmou.
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Marco Dornelles avalia a experiência virtual como positiva
O coordenador-geral da Expoagro e vice-presidente da Afubra, Marco Antônio Dornelles, reforça que o objetivo do Conecta foi marcar os dias da feira que seria realizada nesta época. “Decidimos realizar painéis discutindo os efeitos da pandemia no setor produtivo rural de nossas regiões. Ficou bem exposta a importância do papel dos produtores rurais nesta pandemia. Eles não pararam de produzir, apesar de alguns prejuízos. A grande maioria conseguiu manter suas atividades. E sentimos muito por aqueles que tiveram perda de familiares”, destacou.
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Segundo o engenheiro agrônomo, a experiência foi positiva, pela participação de várias pessoas, entidades, instituições e organizações da região Sul. As gravações ficam disponíveis no perfil da Afubra no YouTube. Dornelles lembrou que um dia de campo virtual sobre feijão foi realizado e há a intenção de agendamento para outras lives semelhantes, com assuntos técnicos.
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