Cerca de 80 pessoas participaram do 8º Fórum da Diversificação na Agricultura Familiar promovido pelo Conselho Regional de Desenvolvimento do Vale do Rio Pardo (Corede/VRP) e Afubra, nesta terça-feira, 19, durante a 22ª Expoagro Afubra. O evento acontece até esta sexta-feira, 22, em Rincão Del Rey, Rio Pardo. No encontro foram debatidos os desafios e as perspectivas da política de agroindústrias no Rio Grande do Sul e também apresentados cases de agroindústrias familiares.
O fórum foi aberto pelo presidente do Corede, Heitor Petry, e pelo coordenador-geral da Expoagro Afubra, Marco Antonio Dornelles, que enfatizaram a relevância da agroindústria familiar e diversificação das culturas nas regiões produtoras de tabaco. “O pequeno produtor é, por excelência, um empreendedor que está focado em diversificar. Há toda uma diversidade de alimentos dentro da propriedade familiar e da agricultura, como o milho, o feijão, a mandioca, hortifrutis, aves e pequenas criações, e a silvicultura”, apontou Petry.
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Dornelles destacou que debates sobre a necessidade do desenvolvimento de agroindústrias na região produtora de tabaco são antigos, mas que a Afubra sempre teve isso como uma questão de honra. “A diversidade na produção é discutida há muitos anos e estamos felizes de proporcionar a oportunidade para que seja realizado este fórum, espaço importante para consolidar iniciativas, corrigir rumos e valorizar novos empreendimentos”, explicou o dirigente.
Diego Kieffer, da Fetag, apresentou um pouco da história das políticas públicas voltadas às agroindústrias familiares. “Foi um movimento que começou para transformar os excedentes produtivos, reduzir custos, agregar valor à produção e também para fugir da informalidade perante as legislações sanitárias, trabalhistas e tributárias. Aquele agricultor que vendia chimia na Feira, de repente precisou se profissionalizar também para comercializar”, relatou.
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“São empresas que geralmente estão no meio rural, processam o que produzem ou até o fazem por meio de associativismo ou absorvendo a produção dos vizinhos”, resumiu. Para Kieffer, alguns dos grandes desafios atuais da agroindústria familiar são regularizar a produção caseira e artesanal em pequenos espaços, produção de acordo com a realidade local, meios de distribuição e feiras e comércios locais. Para isso são necessários investimentos do poder público municipal.
Três cases de agroindústrias foram apresentados: Sabores do Vale, de Vale do Sol; Aipim Malmann, de Venâncio Aires; e Embutidos Schunke, de Vera Cruz. Nos três casos, as empresas estão completando aproximadamente 10 anos em atividade e em processo de sucessão, além de terem apontado a falta de mão-de-obra como um dos grandes entraves para o crescimento.
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“Está difícil encontrar quem queira trabalhar no interior ou em atividades agroindustriais. O pessoal quer vir pra cidade”, reconheceu Loivo Bencke, da Sabores do Vale. Ele trabalha com a esposa, o filho e mais quatro pessoas na empresa. “Até podia contratar mais um, a empresa está em expansão, mas a gente não consegue quem queira trabalhar”, reconheceu.
Diogo Malmann considera que outro entrave é a limitação nas redes de distribuição de energia elétrica no interior. “Levamos 10 anos para conseguirmos acesso a uma rede trifásica, o que limitou a nossa capacidade de crescimento. Agora passamos o armazenamento nas câmaras frias de cinco toneladas para 45 toneladas de mandioca”, revelou. Ao final, todos os empreendedores revelaram que estão felizes com suas escolhas, com os processos de sucessão dentro da família e com a expectativa de crescimento.
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