Colunistas

Diversas considerações

Minha querida e admirada Irmã Roberta tem, com suas irmãs, um belo lugar de orações. Isso em Santa Cruz do Sul, um pouco além da cidade. Ali se reza, se pedem graças, se conversa pouco, enfim. É lugar de preces e de orações.
Ao ensejo da minha coluna recente, ela disse:
“As regras campesinas têm algo da regra de São Bento: organização e bom senso e espírito de colaboração.”
Sábias palavras.

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Eu era criança, em Santa Cruz, morando na nossa casa hoje demolida na esquina da Thomaz Flores, 876.
Tínhamos dois funcionários para as cargas dos caminhões e distribuição de mercadorias.
Houve um problema em que um empregado se machucou fora já de seu local de trabalho.
Não sei como foi o desenlace, mas meu pai teve que o sustentar. Achou melhor acertar tudo até a recuperação.
A verdade é que me pareceu mais um auxílio voluntário.

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Vamos agora para o campo, onde muitos peões trabalham.
Todo cuidado é pouco. É preciso acertar “os papel”, do contrário pode vir uma demanda.
Um conhecido meu, cuja fazenda está nas proximidades da nossa, pediu para um moço desempregado arrumar um telhado. Depois, pediu que fizesse pequenas tarefas. Isso durou cerca de um mês. Pagamentos feitos como combinado.
Semanas depois, uma reclamatória.

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Há pouco tempo estourou o assunto dos peões vindos do Nordeste ou do Norte.
Miséria extrema? Passavam fome? Não sei dizer.
Acho que os empresários fizeram bem não discutindo muito e concordaram em resolver a questão de modo correto. É certo que, tendo razão ou não, o desgaste seria muito grande. Maior do que seria caso teimassem em discutir o assunto na Justiça.
Não aprovo o que disse um político da região serrana.
Provavelmente vai perder seu cargo.

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Vamos agora aos trabalhadores rurais. Muitas vezes são filhos de antigos peões.
Em geral se afeiçoam ao patrão de tal maneira que nunca saem do emprego.
Hoje há muitos engenheiros agrônomos, veterinários e zootecnistas que são filhos de peões.
Muito conheci casos de ajuda aos filhos dos trabalhadores.
Modéstia à parte, eu também ajudei o filho do nosso capataz.

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Finalizando, não posso me olvidar da “ressolana”.
Em quase todas as estâncias existe esse costume no forte do verão.
O pessoal almoça e depois pega um pano bem grande ou um travesseiro e se deita debaixo de uma árvore. Fica às vezes na sombra do galpão. Nesses horários de ressolana tudo se aquieta: os humanos, os cavalos, os cuscos, os gatos, o gado, as ovelhas.
É o sono da ressolana.
Silêncio na estância.

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