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GAZ – Notícias de Santa Cruz do Sul e Região

Distopia

Neste momento, várias nações enfrentam delicadas oscilações sociais e políticas que sugerem crescentes preocupações institucionais, especialmente quanto à fragilidade da democracia. Ou quanto à provável ascensão do autoritarismo.

As razões de contestação e reação dos povos não são uniformes. Ora são questões relacionadas à corrupção nas práticas políticas, ao desemprego, à crise previdenciária e, ultimamente, na maioria dos casos, às ondas migratórias (que perturbam a estabilidade local e oneram tributariamente os nativos).

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Logo, ascende uma pergunta: de nação a nação, reação a reação, o que há em comum nas rebeliões? Com certeza, é a presença e o ativismo dos jovens. Ditos neoconservadores, multifacetários cultural e politicamente, são frutos da diversidade e ação nas/das redes sociais.

Outro aspecto importante nas “rebeliões” indica a predominância de uma espécie de “horizontalização” da política e, obviamente, o esvaziamento da representatividade formal.

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A rigor, há uma crise de representatividade e de incapacidade institucional e governamental na administração dessas contradiçoes político-sociais (corrupção, desemprego, previdência e migrações).

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Apesar de reivindicações difusas e ausência de líderes expressivos, as ditas rebeliões não parecem ser efêmeras e localizadas. Ou seja, resulta e sugere admitir que está em curso uma fragilização da democracia e, consequentemente, a admissibilidade da hipótese autoritária.

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Acredito que estejamos vivenciando uma mudança no espírito do tempo. “Zeitgeist!”, disseram alguns pensadores alemães do século 18. Significa espírito de uma época, sinais de um tempo, aquilo que retrata um ambiente intelectual e cultural de um determinado momento histórico.

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Possivelmente, estamos vivendo um momento distópico. Promessas e discursos sobre oportunidade, igualdade e justiça resultam irreais e desfeitos. Continuamos insatisfeitos, individualistas e desorganizados.

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Aliás, a propósito de reivindicações e rebeliões, é famosa a frase e conselho do escritor, político e primeiro-ministro inglês Benjamim Disraeli (1804-1881).

Disse:
– Majestade, o povo está insatisfeito, e quer mudanças. Se essas mudanças não forem feitas por nós, serão feitas sem nós, e, o que é pior, contra nós!”

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