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Dissecção da aorta exige muita agilidade no atendimento

Considerada um quadro clínico grave, a dissecção da aorta passou a ser mais comentada nos últimos dias, após ser confirmada como a causa da morte do cantor e compositor Belchior, ocorrida em Santa Cruz do Sul. O problema é uma urgência médica que tem na agilidade um fator fundamental para que o paciente tenha chance de sobreviver. Segundo o cardiologista Carlos Rech, a dissecção da aorta – maior artéria do corpo humano – consiste no rompimento entre duas das três camadas da aorta, a íntima e a média. “Ocorre uma perda sanguínea entre as camadas da artéria e diminuição aguda da circulação para os órgãos que são irrigados pela aorta”, explica o especialista. 

De acordo com ele, o problema atinge, principalmente, pessoas com idades entre 60 e 80 anos, sobretudo homens e pacientes com hipertensão arterial sistêmica (HAS) descontrolada e aterosclerose. Porém, jovens portadores de doenças inflamatórias da aorta, como aneurisma da aorta, válvula aórtica bicúspide e vasculites, além de pacientes com doenças genéticas raras – dentre elas as síndromes de Marfan e de Ehlers-Danlo – também integram o grupo de risco. 

Os sintomas mais comuns da enfermidade são dor torácica intensa e súbita, também descrita como “facada”, “rasgo” e “tiro no peito”, e a sensação de morte iminente. Rech acrescenta que ainda pode ocorrer desmaio, náusea, vômitos, falta de ar, dor nas pernas, descontrole da pressão arterial, falha aguda do coração e, caso a falta de circulação atinja o cérebro, um acidente vascular cerebral (AVC). 

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O cardiologista reforça a importância de atendimento médico urgente assim que os sinais da dissecção surgirem. “Por se tratar de quadro muito grave, a melhor atitude é levar o paciente direto à emergência de um hospital. Eventualmente, é recomendado aplicar manobras de ressuscitação, se a pessoa souber princípios básicos.” n

Prevenção

O cardiologista destaca que, assim como para as demais doenças cardiovasculares, a prevenção é feita com hábitos saudáveis (alimentação e atividades físicas, além de cuidados com a saúde mental) e visitas regulares ao médico, desde o início da fase adulta, a fim de identificar possíveis enfermidades relacionadas ao sistema cardiovascular. Conforme Rech, o diagnóstico pode ser feito por meio de exames complementares, dentre eles laboratoriais, eletrocardiograma e radiografia, durante a avaliação de doenças cardiovasculares.

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“Na fase aguda, os principais métodos de diagnóstico são a tomografia computadorizada, a ecocardiografia e a ressonância magnética”, complementa. Quando diagnosticado o problema e sua gravidade, se determina se há necessidade de intervenção cirúrgica ou apenas medicamentos e observação.

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