A exatas duas semanas do início das convenções partidárias, quando serão definidas as candidaturas e alianças para a eleição de outubro, a disputa no Rio Grande do Sul tem mais dúvidas do que certezas. A maior parte das chapas ainda está incompleta e muitas definições sobre possíveis alianças devem sair na última hora. O período de convenções começa no dia 20 deste mês e vai até 5 de agosto.
Embora a maioria dos partidos já tenha agendado as reuniões, as únicas frentes com chapa encaminhada são a de Luis Carlos Heinze (Progressistas), que já definiu a vice e candidata ao Senado, e a de Ricardo Jobim (Novo), que não terá candidato a senador mas já indicou o vice. As demais ainda aguardam articulações com outros grupos.
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No campo da direita e centro-direita, por exemplo, a queda de braço entre MDB e PSDB pode se encerrar no próximo fim de semana, quando os emedebistas vão bater o martelo sobre manter a candidatura própria de Gabriel Souza – o caminho mais provável – ou ceder à pressão da direção nacional e apoiar a reeleição de Eduardo Leite. Já o PL e o Progressistas parecem decididos a concorrer em separado, o que significa que o presidente Jair Bolsonaro terá dois palanques no Estado, o de Heinze e o de Onyx Lorenzoni.
Na esquerda, impasses também vêm adiando o fechamento das chapas. Sem acordo até agora para uma chapa única, PT e PSB experimentam outros caminhos: os socialistas, liderados por Beto Albuquerque, tentam uma coligação com o PDT de Vieira da Cunha, enquanto os petistas, encabeçados por Edegar Pretto, buscam uma aproximação com o Psol de Pedro Ruas – em ambos os casos, ainda sem sucesso. PSC e PSTU também terão candidatos. A campanha terá início no dia 16 de agosto, enquanto a propaganda em TV e rádio começará no dia 26. O primeiro turno será no dia 2 de outubro.
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A situação de cada frente
Eduardo Leite (PSDB)
O tucano retornou à corrida estadual após desistir de tentar concorrer à Presidência. Com isso, o atual governador, Ranolfo Vieira Júnior, até então o pré-candidato do PSDB, foi alijado da disputa. Leite deve ter o apoio de legendas como Cidadania, Podemos e União Brasil, e ainda tenta atrair o MDB – que, no entanto, se mantém inclinado a seguir em frente com a candidatura própria. Se não houver mesmo acordo com os emedebistas, o vice de Leite deve ser Luis Carlos Busato (União). Leite também ainda não tem definida a candidatura ao Senado: o desejo é contar com Ana Amélia Lemos (PSD), mas ela também recebeu convite do MDB. Além disso, o Podemos deseja lançar Lasier Martins.
Onyx Lorenzoni (PL)
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O ex-ministro do governo Bolsonaro tem garantido o apoio do Republicanos, que lançará o vice-presidente Hamilton Mourão ao Senado. A vaga de vice, no entanto, segue aberta. Como as negociações com outras siglas não têm avançado – o grupo também cobiça o União Brasil –, há possibilidade de alguém do próprio PL compor a chapa e o nome da deputada estadual Kelly Moraes já foi citado. Por enquanto, as pesquisas de intenção de voto apontam para um segundo turno entre Onyx e Leite.
Beto Albuquerque (PSB)
Sob pressão para que abra mão da candidatura ao Piratini e aceite concorrer ao Senado em aliança com o PT – as duas siglas estarão juntas na disputa presidencial –, o ex-deputado federal já declarou que não cogita outra possibilidade além de concorrer a governador. Recentemente, recebeu aval da direção nacional para conversar com partidos de fora da federação PT/PV/PCdoB. No entanto, ainda não tem candidato a vice ou a senador. O desejo dele é fechar acordo com o PDT.
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Luis Carlos Heinze (PP)
O senador candelariense é o único pré-candidato que já tem chapa fechada. Com apoio garantido do PTB, terá a vereadora de Porto Alegre Tanise Sabino como vice. Já Nádia Gerhard, que também é vereadora e filiada ao Progressistas, irá concorrer ao Senado. Heinze, porém, terá que dividir o apoio do presidente Jair Bolsonaro (PL) com Onyx Lorenzoni.
Edegar Pretto (PT)
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O deputado estadual também resiste a ceder a cabeça de chapa, apesar de pressões pela unificação da esquerda, e terá apoio de PCdoB e PV, que estão federados com o PT. A chapa, porém, está indefinida, já que Manuela D’Ávila (PCdoB) desistiu de concorrer ao Senado. Também não há nome para vice até o momento.
Pedro Ruas (Psol)
Nesta semana, o partido rejeitou uma proposta do PT para indicar o vice de Edegar Pretto e decidiu manter a candidatura de Ruas. O ex-deputado estadual terá apoio do Unidade Popular (UP) e do PCB, que deve indicar o vice. Já o candidato a senador será o vereador de Porto Alegre Roberto Robaina.
Vieira da Cunha (PDT)
O ex-deputado federal foi lançado no mês passado, após o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan Júnior, desistir de concorrer. A possibilidade de Vieira ser vice de Beto Albuquerque não está descartada, mas a direção nacional exige um palanque para o candidato a presidente Ciro Gomes no Estado. Se o acordo não sair, ainda não há nome para vice ou Senado.
Gabriel Souza (MDB)
A direção nacional do MDB aprovou um indicativo de aliança com Eduardo Leite, mas a ideia é rechaçada por lideranças emedebistas locais, que defendem a candidatura própria. O martelo será batido no próximo domingo, em uma reunião do diretório estadual. O grupo espera contar com Ana Amélia Lemos (PSD) como candidata ao Senado, mas se não conseguirem convencê-la, podem lançar o ex-governador José Ivo Sartori.
Roberto Argenta (PSC)
Proprietário da Calçados Beira-Rio e do complexo Termas Romanas, em Restinga Seca, Argenta já garantiu o apoio do Solidariedade na disputa, mas ainda não tem candidato a vice ou ao Senado.
Ricardo Jobim (Novo)
Advogado e empresário, Jobim deve concorrer sem coligação e o grupo não pretende ter candidato na disputa por uma vaga no Senado. O vice deve ser o professor de Direito Rafael Dresch.
Rejane Oliveira (PSTU)
A ex-presidente do Cpers foi lançada em maio e deve ser a única candidata mulher na disputa pelo governo gaúcho. A chapa completa ainda não foi anunciada.
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