A sexualidade ainda é um tema considerado tabu, atrelado a preconceitos e estereótipos. Apesar da evolução social e cultural, falar sobre sexo ainda é uma missão complexa em alguns ambientes. Os questionamentos podem ser ocasionados pela falta de informação ou por mitos introjetados na sociedade, de geração em geração. O fato é que a vida sexual vai além do sexo e tem a ver com questões físicas, comportamentais, psicológicas, e, principalmente, de saúde.
Partindo do princípio de que a relação sexual envolve momentos íntimos de prazer, é desejável que os parceiros vivam essa intimidade de maneira segura e saudável. Ou seja, sentir dor durante ou após o ato sexual não é considerado um sintoma normal. Homens e mulheres podem passar por essa situação, entretanto, o sexo feminino, recorrentemente, é o principal alvo dessa condição indesejável.
LEIA TAMBÉM: Caderno Elas: acolhimento e humanização no Direito
Publicidade
A intimidade emocional e a autoimagem da mulher são fatores que se somam para o maior índice de casos do sexo feminino. E você, já sentiu dor durante a relação sexual? O tema é delicado, mas, por outro lado, bem comum. Seja por vergonha ou falta de conhecimento, há quem pense que sentir desconforto é normal na relação íntima e, consequentemente, não procure ajuda especializada.
Existe, inclusive, um nome para essas dores. A dispareunia é a dor na genitália, que acontece durante ou após a relação sexual, podendo ter origem emocional ou física. Ela se manifesta de duas maneiras: superficial – ocorre no momento da penetração e em volta da vagina; e profunda – é sentida durante o movimento peniano, já dentro da pelve.
Assim, o desconforto pode se manifestar na forma de ardência ou dor de intensidade variável. De acordo com a ginecologista Denise Müller, a dispareunia é motivo de consulta frequente nos consultórios ginecológicos. “A dor não é um sintoma que deve ser normalizado. O normal é ela não estar presente nesse momento de intimidade”, ressalta. Denise elenca alguns dos motivos que podem causar a dispareunia.
Publicidade
Principais causas
- pouca lubrificação vaginal;
- vaginismo;
- infecções do trato urinário e vaginal;
- doenças de pele;
- lesões ou traumas ocasionados por parto, cirurgias ou acidentes;
- Inflamação na vagina (vaginite);
- endometriose;
- cistite;
- ressecamento íntimo que acontece no período do climatério, menopausa ou em consequência a tratamentos oncológicos;
- problemas no relacionamento;
- estresse;
- vergonha;
- experiência traumática, como abuso sexual ou estupro.
Denise adverte que a melhor maneira de lidar com essa questão é manter a saúde íntima em dia, com revisões ginecológicas de rotina. “É importante que se busque atendimento para que a causa seja diagnosticada e tratada e a mulher volte a sentir conforto e bem-estar”, orienta.
Como tratar
O tratamento vai depender de cada caso, a partir do diagnóstico através de exames e consultas médicas especializadas. Confira algumas possibilidades.
- Lubrificação vaginal com uso de lubrificantes próprios para uso íntimo;
- Terapia de reposição hormonal;
- Tratamento cirúrgico ou clínico, no caso de endometriose, por exemplo;
- Em caso de alguma doença, o médico especialista poderá indicar o melhor tratamento e medicamentos;
- Sessões de fisioterapia pélvica;
- Uso de tecnologias como o laser íntimo;
- Acompanhamento terapêutico ou psiquiátrico quando se fizer necessário;
Vale destacar que em todos os casos a melhor opção é procurar orientação médica. Além de não agravar os sintomas, o tratamento adequado pode contribuir para uma harmônica vida sexual entre parceiros e, ainda, para a saúde da mulher.
LEIA MAIS NOTÍCIAS DA EDITORIA ELAS
Publicidade
Chegou a newsletter do Gaz! 🤩 Tudo que você precisa saber direto no seu e-mail. Conteúdo exclusivo e confiável sobre Santa Cruz e região. É gratuito. Inscreva-se agora no link » cutt.ly/newsletter-do-Gaz 💙