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VERA CRUZ

Discussão entre pai e filho que resultou em homicídio foi por causa de um boné

Discussão entre pai e filho que resultou em homicídio foi por causa de um boné

A Polícia Civil concluiu o inquérito referente ao mais recente homicídio registrado em Vera Cruz. Um homem de 62 anos foi indiciado por ter assassinado o próprio filho, Rafael Martens Geraldo, de 26 anos, no último dia 13 de novembro. O autor foi preso em flagrante pela Brigada Militar logo após o crime, ocorrido em uma residência na Rua São Francisco, em bairro de mesmo nome.

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O inquérito de 77 páginas, assinado pela delegada Lisandra de Castro de Carvalho e remetido nesta quarta-feira, 22, ao Poder Judiciário, detalha as apurações realizadas pelos agentes nos últimos dias, entre elas alguns bastidores sobre a dinâmica da ocorrência. Conforme a Polícia Civil, o jovem teria chegado na casa dos pais e pedido por um boné emprestado.

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O homem de 62 anos, que estaria embriagado, disse que não emprestaria boné para quem era drogado. Foi então que Rafael teria dito: “Eu uso droga, mas trabalho para sustentar meu vício”. Segundo as apurações da Delegacia de Polícia (DP) de Vera Cruz, essa discussão inicial teria motivado as agressões do pai, que teria buscado uma faca na cozinha, dado um mata-leão no filho e o esfaqueado no abdômen.

“Tanto a mãe da vítima e esposa do autor, como uma vizinha, viram que após o assassinato o indiciado pegou a faca e fez cortes em seu braço, se autolesionando, para simular uma ação em legítima defesa e alegar que teria agredido o filho para se defender”, explicou a delegada Lisandra. Conforme a titular da DP de Vera Cruz, as testemunhas foram ouvidas e afirmaram que em momento algum Rafael tentou agredir o pai.

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“O autor estava embriagado, como era seu costume, e o golpe foi uma nítida atitude de traição. Uma vizinha, que viu a situação pelo muro, ficou traumatizada ao enxergar o homem se autolesionando com a faca”, complementou Lisandra. A delegada reiterou que a tese de legítima defesa, alegada pelo autor do crime, foi completamente afastada.

“A frieza foi tão grande que mesmo com o filho caído no chão, o pai cortou o próprio braço para tentar justificar uma excludente de ilicitude como a legítima defesa. As provas são incontestáveis de que houve homicídio. Não houve uma tentativa de agressão por parte do filho, nem mesmo alguma exaltação de palavras contra o pai”, detalhou Lisandra.

Média baixa de assassinatos

Além do homicídio duplamente qualificado por motivo fútil (discussão por causa do boné) e recurso que dificultou a defesa da vítima (que foi pega de surpresa com o ataque), o acusado vai responder por fraude processual. O nome do homem de 62 anos, que está detido no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul, foi mantido em sigilo pelas autoridades policiais. Este foi apenas o segundo homicídio em 2023 registrado em Vera Cruz, contra cinco cometidos no ano passado.

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O outro caso aconteceu em 23 de julho, quando o segurança Ederson Daniel da Rosa Alves, de 35 anos, foi assassinado a tiros de revólver por um homem de 40 anos, em uma festa na localidade de Rincão da Serra. Este caso também já foi concluído pela DP de Vera Cruz, com indiciamento para o autor confesso dos disparos, de 40 anos, que alegou legítima defesa e terminou indiciado e preso.

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