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Direto do parreiral: uvas que enchem os olhos e agradam o paladar

Além de proporcionar saúde, a uva também está atrelada à diversificação de culturas, sendo uma potencial fonte de renda. Dela é possível consumir a fruta in natura, em sucos, vinhos e espumantes. Na área de abrangência da Regional da Emater de Soledade, são pelo menos 620 hectares destinados à uva indústria e 42,4 hectares à uva de mesa, conforme dados de 2020.

No município de Segredo, duas famílias dão sequência a uma história que teve início há mais de duas décadas. Conforme conta o técnico agrícola e administrador de empresas, Mauritânio José Feron, natural do município e residente hoje em Frederico Westphalen, a paixão pela uva esteve, desde o início, ligada a uma tradição de família. “Sendo descendente de italianos, os avós tinham costume de sempre beber vinho na refeição. Ao ficar longe do município por algum tempo e depois retornar, tentamos manter a tradição que estava no DNA da família, mas ao comprar, só conseguíamos tomar vinhos mais ácidos, com gosto mais avinagrado. Aí que veio a ideia de produzir o nosso próprio vinho. Na época, como não possuíamos terra, propusemos à família do falecido Diomedes Turcatto uma parceria, dele entrar com a terra e nós fazermos o vinhedo aqui. Foi aí que começou”, relembra Feron.

Os sócios do empreendimento, junto a Feron, eram Wilson Vicente Dagiós (in memoriam), Damião Turcatto e Luiz Antônio Bolzan. Com o tempo, a sociedade mudou e a família Maieron, mais recentemente, juntou-se a Mauritânio Feron para continuar a história do Vinhedo Segredo’s da Nona. Os irmãos sobradinhenses, engenheiro Altair Luiz Maieron Júnior, advogado Guilherme Maieron e o produtor Tiago Maieron, dedicam-se hoje a cuidar do parreiral que também é um recanto em Linha Segredo.

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Expectativa dos sócios para esta safra é de alcançar 10 toneladas de uvas

Desta forma, a história que iniciou por volta de 1998, segue repaginada. Novos sócios e suas famílias dão continuidade ao parreiral de pouco mais de três hectares e trazem novidades para a plantação, antes destinada ao vinho e agora voltada à uva de mesa e, logo mais, ao suco. “Mudamos um pouco a matriz. A ideia futura é o suco de uva bordô, que é excelente”, destaca Mauritânio.

Este é o primeiro ano do parreiral em produção desde a chegada da família Maieron. Segundo Altair, já são 13 variedades dispostas no parreiral, sendo algumas delas criadas e melhoradas pela Embrapa Uva e Vinho, o que garante maior qualidade. “Temos uva com e sem semente, como a Vitória, Melodia, Vênus, Cardinal, Magna, Núbia e Ísis, entre outras. São 3,2 hectares de produção. Destas 13 variedades, vamos escolher algumas para continuar produzindo”, salienta.

Segundo os sócios, foi necessário substituir praticamente todo o parreiral, sendo este o terceiro ano de implantação de algumas variedades e segundo ano de outras. “Começamos agora de uma maneira diferente. Com cobertura plástica, mais irrigação, mais investimento em variedades melhoradas pela Embrapa em uva de mesa. Por enquanto, estamos no começo, mas vai dar certo. Acreditamos no investimento. Praticamente daqui a dois anos que vamos estar com a produção completa. Estamos sempre estudando novas técnicas, variedades, novos sistemas de produção, produtos para serem aplicados”, explica Feron, ao destacar que o parreiral ainda está em fase de formação.

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A uva é cultivada na plasticultura, o que, segundo eles, leva menos produtos químicos. “Produzir quantidade com qualidade”, revela Feron sobre os benefícios da uva para a saúde. “A uva coberta leva menos tratamentos e dá maior produção e melhor qualidade”, acrescenta Altair.

Cachos de uvas chegam a pesar mais de 2 quilos. Em variedade como a Núbia, pode chegar a mais de 3 quilos

Já Tiago Maieron, o qual está ligado a vitivinicultura desde 2009, é o responsável pelo cuidado com o solo. “No ano passado, começamos a fazer este trabalho que já vinha sendo feito nos anos anteriores pelo pessoal. Sempre foi mantida uma cobertura do solo, então escolhemos três variedades, aveia, ervilhaca e o nabo forrageiro. Fizemos um mix e semeamos em toda a área, e uma única vez realizamos adubação com nitrogênio. Isso para formar uma cobertura e não vir plantas daninhas, conservar a umidade, a microvida no solo, que é tão importante”, explica.

Para irrigação das plantas, investiram em um sistema, mas, com o déficit hídrico também tem faltado água na propriedade. “Por conta da irrigação e da cobertura do solo, a produção se manteve igual”, enfatiza Tiago. “A gente está aprendendo. A tendência é estudar e buscar melhorar cada vez mais”, acrescenta. O Vinhedo Segredo’s da Nona recebe visitação durante a semana e interessados na aquisição de uva.

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Nathana Redin

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