As delegações oficiais de governos e os participantes em geral da 7ª Conferência das Partes (COP 7) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco foram recebidos ao longo do domingo em Nova Délhi, a capital da Índia, com um dos piores cenários de poluição urbana de que se tem notícia em periodo recente no mundo.
Na chegada ao aeroporto, ao longo de todo o fim de semana, os visitantes se depararam com uma camada espessa de neblina que cobre a paisagem, oculta os prédios e dificulta o deslocamento dos milhões de veículos em uma das cidades mais populosas do planeta. É um contexto pouco amistoso ou alvissareiro para um congresso cuja finalidade é discutir questões de saúde pública.
A COP7 terá sua plenária de abertura na manhã desta segunda-feira, no Expo Center & Mart de Greater Noida, na região metropolitana de Nova Délhi, a cerca de 40 quilometros do centro histórico da capital indiana. As atividades oficiais reúnem delegados dos países que ratificaram a adesão à Convenção-Quadro, bem como representantes de ONGs e público em geral. Das regiões produtoras de tabaco do Brasil, em especial do polo de Santa Cruz do Sul, cerca de duas dezenas de lideranças deslocaram-se a Nova Délhi com a expectativa de acompanhar o mais de perto possível as tratativas, ainda que tivessem a conviccão de que não seriam aceitas ou admitidas ao ambiente dos debates.
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Romar Beling, da Editora Gazeta, foi à Índia acompanhar o evento
SETOR DO TABACO NÃO ENTRA
Por volta das 14 horas deste domingo (6h30 no horário de Brasília), representantes da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) e da Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Santa Catarina (Fetaesc) já tiveram prontamente a informação de que não poderiam se credenciar, nem como público, evidenciando que lideranças ou representações ligadas ao setor produtivo não terão acesso a nenhum dos ambientes do centro de convenções, por não disporem da necessária credencial.
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QUEM É QUEM
A COP7 se iniciará com a plenária oficial, na manhã desta segunda, conduzida pela Convenção-Quadro, que tem à frente a brasileira Vera Luiza Costa e Silva. O Brasil estará representado por uma delegação oficial formada por representantes de diversos ministérios, tendo à frente o Ministério das Relações Exteriores. E a delegação de lideranças e representantes de entidades identificadas com a produção, a indústria ou a ampla região que tem no tabaco uma de suas principais fontes de renda e emprego, ao que tudo indica terá muita dificuldade para dialogar com esse grupo. Em Moscou, na Rússia, quando da COP 6, em 2014, chegaram a ter alguma interlocução e puderam se informar do andamento das discussões.
A PAUTA DA CONFERÊNCIA
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Na pauta da COP 7, aqui na Índia, estão principalmente temas centrais relacionados à possível restrição da presença do tabaco em acordos comerciais entre países e blocos econômicos, além da limitação ou da interposição de dificuldades para financiamentos públicos a produtores de tabaco. Ao mesmo tempo, haverá discussão em torno de novas medidas para dificultar a exposição e a publicidade ao tabaco nas embalagens e para inibir o comércio. Ao longo desta semana, no evento que prossegue até sabado, esses assuntos estarão na ordem do dia na COP 7, enquanto na ordem do dia da população indiana está a ameaça decorrente da mega poluição que paira sobre a ampla região metropolitana e que está deixando milhões de pessoas expostas a graves problemas de saúde, afetando olhos, pele e principalmente sistema respiratório.
NUVEM DE POLUIÇÃO
Nas ruas, milhares de pessoas aparecem com máscaras anti-gases. Os jornais expõem com clareza e franqueza o forte perigo decorrente da poluição que cobre a cidade. Esses gases advêm de queimadas realizadas ao longo da semana em festivais tradicionais em várias regiões da Índia, combinadas com os gases do escapamento no trânsito e da neblina, conformando uma cortina que sufoca todos os ambientes. O trânsito, por si só já muito caótico, vira um desafio à compreensao. E nesse contexto, a COP 7 se determina a discutir o futuro no consumo de cigarros e da própria produção de tabaco.
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Jornais dão amplo destaque à crise causada pela onda de poluição
Foto: Romar Beling/Editora Gazeta
Nova Délhi coberta por nuvem de poluição. Sol quase não aparece
Foto: Romar Beling/Editora Gazeta
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