Os direitos previdenciários dos trabalhadores domésticos no Brasil passaram por uma significativa transformação com a promulgação da Lei Complementar 150/2015, conhecida como a Lei dos Domésticos. Antes dessa legislação, esses profissionais enfrentavam uma série de desafios e dificuldades para acessar a proteção social garantida aos demais trabalhadores urbanos e rurais.
Com a entrada em vigor da Lei dos Domésticos, houve uma equiparação dos direitos previdenciários dos trabalhadores domésticos aos demais trabalhadores regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), garantindo-lhes uma série de benefícios essenciais para sua segurança financeira e bem-estar. Um dos benefícios que não havia antes é o auxílio-acidente, concedido em caso de redução da capacidade laborativa em decorrência de acidente de trabalho ou de qualquer natureza.
Os benefícios previdenciários são garantidos mediante o recolhimento das contribuições previdenciárias pelo empregador doméstico, que incidem sobre o salário-de-contribuição do trabalhador. A contribuição é de 8%, acrescida de 0,8% para fins de acidente de trabalho e 3,2% para fins de verbas rescisórias. A ausência de recolhimento por parte do empregador não pode gerar prejuízos ao empregado. Entretanto, este tem que comprovar o vínculo empregatício.
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Além dos benefícios previdenciários, a Lei dos Domésticos estabeleceu o direito ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Anteriormente à legislação, o FGTS não era obrigatório para os trabalhadores domésticos, o que os colocava em uma situação de desvantagem em relação aos demais. Com a inclusão do FGTS, os empregadores domésticos passaram a ser responsáveis por realizar os depósitos mensais do FGTS em uma conta vinculada em nome do empregado, garantindo-lhes uma reserva financeira para situações de emergência e no momento da rescisão do seu contrato de trabalho.
Outro ponto importante trazido pela Lei dos Domésticos foi o direito ao seguro-desemprego em caso de dispensa sem justa causa. Antes da legislação, os trabalhadores domésticos não tinham acesso a esse benefício, o que os deixava desprotegidos em caso de desemprego involuntário. Com a inclusão do seguro-desemprego, passaram a ter uma rede de proteção financeira em situações de desemprego, proporcionando-lhes maior segurança e tranquilidade.
Apesar dos avanços proporcionados pela Lei dos Domésticos, ainda existem desafios a serem superados para garantir a plena efetivação dos direitos previdenciários dos trabalhadores domésticos. A informalidade e a falta de registro em carteira continuam sendo obstáculos para o acesso deles aos benefícios previdenciários, o que demanda ações educativas e fiscalizatórias por parte das autoridades competentes.
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A conscientização dos empregadores sobre suas obrigações previdenciárias e trabalhistas, bem como o cumprimento da legislação vigente, são fundamentais para assegurar a proteção social e a dignidade dos trabalhadores domésticos.
Em suma, a Lei Complementar 150/2015 representou um marco na história dos direitos previdenciários dos trabalhadores domésticos no Brasil, garantindo-lhes uma série de benefícios essenciais para sua proteção social e bem-estar.
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