Direção de escola fala sobre operação policial desencadeada em razão de ameaça de massacre

Na manhã desta sexta-feira, 27 de maio, foi desencadeada uma operação policial pela Delegacia de Polícia de Sobradinho para cumprimento de mandados de busca e apreensão em residência de adolescentes e também em uma escola estadual do município, após o registro de ocorrência noticiando a pichação em banheiro da escola, com a indicação de que na data de hoje haveria um massacre no local.

Após a ação dos policiais, com revista aos estudantes na instituição de ensino, diretor e vice-diretora da Escola Estadual de Educação Básica Padre Benjamim Copetti concederam entrevista ao programa Giro Regional da Gazeta FM 98.1.

Segundo eles, a escola se preocupa com as situações que estão sendo cada vez mais recorrentes no mundo todo. “Os alunos não podem estar na escola com medo. É um lugar de aprendizagem, lugar deles estarem bem para aprender. Os pais não podem estar em casa aflitos, com os filhos em segurança na escola e, de repente, começam a ficar aflitos. Isso que talvez mais nos incomoda. Mas, a escola está sempre atenta e estamos sempre tomando as providências. As vezes os pais não entendem até que ponto a escola pode ir, mas estamos com canal aberto com o Juizado da Infância e Adolescência, Polícia Civil, Brigada Militar, uma grande parceria que a escola tem com todos os órgãos policiais de Sobradinho e judiciário. Vamos agir somente desta maneira. Se é brincadeira ou não é, pra nós não importa. Não se aceita mais esse tipo de brincadeira, não se tolera mais, porque tem outros tipos de crime que é o terrorismo, o psicológico, que é o que está acontecendo com a meninada”, ressaltou o diretor Alécio Fabiano Marion.

A vice-diretora Rosemari Heringer ressaltou o medo gerado na comunidade escolar. “Lamentamos esse fato mais uma vez, porque trouxe uma insegurança muito grande para todas as famílias. Infelizmente, tivemos poucos alunos hoje na escola, e a gente entende o medo que isso gerou. Incrível como as redes sociais servem para difundir o ruim muito mais rápido do que aquilo que é bom. Com tudo que a escola fez, o seminário que tivemos na terça-feira, infelizmente a presença de poucos pais, porque a gente está preocupado com a segurança dos nossos alunos e muitos pais não foram, para saber o que pode ser feito ou não. A escola hoje está muito bem amparada para tentar coibir essas atitudes que algum ou alguns de nossos alunos que estão achando que este tipo de atitude não leva a nada, que eles podem fazer o que querem na escola e que não vão ser penalizados, que não vai acontecer nada com eles. Com a ação de hoje, a comunidade escolar pode ficar ciente que dá sim, e a escola está agindo da maneira como foi nos indicado, tudo de acordo como a Justiça nos solicitou”, detalhou.

Os gestores destacaram ainda a importância dos pais e responsáveis estarem atentos às ações dos filhos, especialmente no uso das redes sociais e internet, pois para toda atitude há responsabilização. “A Polícia está investigando e nós queremos mais que a Polícia encontre, e essa pessoa tem que ser punida, tem que ser exemplo para as demais. Não é assim que funciona uma escola ou a sociedade. Estamos na torcida que a Polícia, competente como é, consiga identificar o autor desta pichação”, pontuou o diretor.

A delegada Graciela Foresti Chagas coordena as investigações. Foram apreendidos telefones celulares e simulacros de armas de fogo nas residências de adolescentes. Na escola todos os alunos foram revistados. A operação reuniu policiais civis de Sobradinho, Arroio do Tigre, Candelária e Santa Cruz do Sul. A delegada ressaltou a agilidade da Vara da Infância e Juventude em expedir os mandados e ressaltou que as investigações terão continuidade para responsabilizar os autores das ameaças e pichações.

A entrevista completa com a direção da escola está disponível no YouTube Gazeta Sobradinho, a partir de 1h43min do vídeo:

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