A Polícia Civil finalizou na manhã dessa segunda-feira, 29, o inquérito policial sobre a tentativa de latrocínio contra o padre Mauro José Organista, de 47 anos, atingido por golpes de faca em um assalto, em Cruzeiro do Sul. Na noite do ocorrido, ele estaria com dois jovens no carro da paróquia de Encantado, onde atuava. Um deles tinha 18 anos e o outro, 13. O crime ocorreu na madrugada do dia 7 de agosto. Conforme o delegado responsável pelo caso, Dinarte Marshall, foi solicitada a prisão preventiva do jovem de 18 anos, autor dos golpes de faca. Ele responderá por latrocínio tentado e corrupção de menores.
Entretanto, há suposições de que o padre mantinha relações afetivas com o possível autor da agressão. Sobre isso, o delegado esclarece que a suspeita pertence à esfera privada das partes. “Não podemos discorrer a respeito disso até porque o crime investigado em nada muda havendo ou não essa suposta relação”. Atualmente, o padre, que atuava na Paróquia de Encantado, se encontra em recuperação numa casa de saúde da congregação dos Padres Carlistas, à qual pertence, e se recupera bem. Diante do procedimento da dúvida em relação à conduta dele, a congregação dos Padres Carlistas e a Diocese de Santa Cruz do Sul, tomaram medidas de acordo com as exigências da Igreja.
LEIA TAMBÉM: Idoso está desaparecido há mais de dois meses em Santa Cruz
Publicidade
A congregação recolheu o padre para se recuperar do estado de saúde e o suspendeu provisoriamente do exercício do ministério presbiteral. Então, provisoriamente, enquanto durar o processo de investigação, ele não poderá exercer o ministério presbiteral, ou seja, não poderá trabalhar como padre. “Essa é uma exigência que a Santa Sé faz para todas as igrejas do mundo e todos os padres, quando eles são denunciados por algum motivo”, ressalta o Vigário Geral da Mitra Diocesana, padre Leandro José Lopes.
Apesar de o padre ser considerado vítima no caso de tentativa de latrocínio, o fato de ele estar acompanhado dos jovens no carro na paróquia e haver suspeitas de que ele mantinha relações afetivas com o autor da agressão motivou a investigação da conduta dele na esfera religiosa. Assim, abriu-se um processo eclesial, no qual há uma comissão constituída por um padre, um advogado e uma psicóloga. O grupo vai ouvir pessoas envolvidas e vítimas para esclarecer a veracidade dos fatos. Em seguida, a comissão deve emitir voto indicando se o padre é responsável ou não pelos fatos. O bispo ou o provincial também emite um voto. Então, o processo é encaminhado à Roma para ser analisado. Considerando a veracidade dos fatos e constatando-se que eles são verdadeiros, Roma autoriza abrir um processo canônico. Nesse processo será investigado, com mais detalhes, se a pessoa denunciada é, de fato, responsável.
LEIA TAMBÉM: Juíza aceita denúncia do MP e autor confesso de feminicídio vira réu
Publicidade
Ao ser comprovado de que a pessoa é responsável por um delito ou por algo que desrespeitou a lei civil, ou até a lei religiosa, o padre é demitido do estado clerical, definitivamente. O Papa é quem demite. “Enquanto não há uma sentença, a Igreja não pode considerá-lo culpado”, pontua o Vigário.
O processo eclesial canônico acompanha as investigações civis. A orientação de Roma é de que as dioceses cooperem com as autoridades civis nas investigações. “Nós recebemos algumas informações pelos próprios meios de comunicação. Muitas pessoas estão levantando hipóteses”. O tempo para o processo pode variar, mas o objetivo é que dure, em média, o tempo necessário para a conclusão de um processo civil.
LEIA TAMBÉM: Polícia Civil de Venâncio Aires prende dupla por tráfico de drogas e associação para o tráfico
Publicidade
Na madrugada do dia 7 de agosto, o padre Mauro José Organista, de 47 anos, foi atingido por golpes de faca em um assalto, em Cruzeiro do Sul. Ele deixava o município rumo a Encantado, quando teria sido abordado por um homem. O criminoso teria entrado no carro da vítima e anunciado o assalto. Antes de fugir com o veículo, o bandido ainda desferiu dois golpes de faca contra o padre. Ferido, o pároco foi socorrido por populares e encaminhado para o hospital de Cruzeiro do Sul. Horas mais tarde acabou transferido para o Hospital Santa Terezinha, de Encantado. Mauro Organista é natural do México e atuava desde o início desse ano na Paróquia de Encantado.
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!
Publicidade
This website uses cookies.