O ano de 2018 está começando. Como todo ano que começa, ele carrega em si expectativas de todas as ordens, dos aspectos pessoais à coletividade. Dentre os grandes eventos marcados para 2018 estão as eleições de governadores, Câmaras Federais e Estaduais, além do cargo de presidente da República.
Independentemente do que acontecer na política, tem algo que não irá mudar no curto prazo: moramos nas cidades, mas o grosso dos impostos são direcionados para um poder central, no caso Brasília, antro da corrupção endêmica e sistemática na política brasileira, como mostrou a Operação Lava-Jato. Quanto mais dinheiro, quanto mais longe dos olhos do pagador de impostos, mais fácil para roubar e desviar.
Como moradores das cidades, todas as nossas necessidades básicas se concentram aqui: saúde, educação, segurança, emprego e habitação. Tudo na cidade. Para financiar tudo isso, nosso dinheiro dos impostos vai embora para depois voltar, diminuído de todo valor utilizado para manter sistemas burocráticos que além de não ajudar, ainda atrapalham a vida do cidadão.
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Os exemplos são muitos de autarquias, institutos, repartições, conselhos e órgãos que não servem de nada, mas nos custam os “olhos da cara”. Tudo pago pelo contribuinte e servindo ao fisiologismo político e loteamento de cargos. São verdadeiros cabidões de empregos federais.
Por ser o Brasil um país de dimensões continentais e com grandes diferenças econômicas regionais, foi criado o Pacto Federativo, que visa redistribuir de forma mais justa as riquezas produzidas por todos. Ou essa era a ideia, pois do jeito que está, perpetua um sistema que favorece um Estado grande, caro e pouco efetivo, além de favorecer a corrupção.
É esse mesmo Pacto Federativo que também motiva emancipações de novas cidades que não produzem o suficiente para criar todo aparato administrativo necessário. Mais cargos públicos sustentados pelos contribuinte. 80% das cidades brasileiras estão com as contas no vermelho. Oitenta por cento!
Quem mais sofre com tudo isso é o cidadão das cidades. Aquele que mora, estuda, trabalha e vive nas cidades, mas paga impostos para Brasília. É esse cidadão que fica ignorante sem estudo, sem capacitação para o trabalho, sem água encanada e esgoto, morrendo nas filas da saúde ou pela violência.
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Minha intenção em escrever sobre isso no primeiro artigo do ano é justamente provocar o leitor (e eleitor) a refletir sobre essa questão num ano tão importante para nosso futuro. Faltam vários meses para outubro. Eu sei. Mas prometo insistir nesse assunto até lá, pois política é essencial para nossa saúde mental.