Minutos após anunciar a reforma ministerial nesta sexta-feira, a presidente Dilma Rousseff convocou uma reunião com ministros de seu núcleo político no Palácio da Alvorada para discutir os novos rumos do governo. Dilma anunciou o corte de oito ministérios e a redução em 10% do salário dos ministros. Segundo o gabinete presidencial, os vencimentos da própria presidente e do vice-presidente Michel Temer também sofrerão corte de 10%.
Dessa forma, 275 dias após ter sido eleita, a presidente mudou toda a configuração do governo na tentativa de melhorar sua governabilidade e evitar a abertura de um processo de impeachment contra seu mandato. Com o novo desenho, o PT perdeu quatro pastas e passou de 14 para 10 ministérios, enquanto o PMDB, partido de Temer, ganhou mais corpo e passou de seis para sete ministérios, assumindo a Saúde, que estava sob comando do petista Arthur Chioro.
“Os governos de coalizão, como é o caso do meu e de todos os governos depois da democratização, precisam de apoio no Congresso. Nós vivemos em uma democracia e temos que dialogar com o Congresso eleito pelo povo em favor da população”, disse Dilma, admitindo que a reforma faz parte de uma estratégia para a aprovação de medidas econômicas no Legislativo que, segundo ela, vão ajudar o Brasil a sair da crise.
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A presidente anunciou ainda a criação de uma Comissão Permanente para a Reforma do Estado, que terá como objetivo “reorganizar a administração federal” e fiscalizar o cumprimento das metas propostas pelo governo. Apesar de ter prometido, inicialmente, acabar com pelo menos dez ministérios, somente oito pastas foram cortadas na Esplanada.
A presidente suprimiu ainda 3 mil cargos comissionados e 30 secretarias ministeriais, fundindo algumas delas nos chamados “superministérios”, como o da Previdência Social e Trabalho, que ficará sob o comando de Miguel Rossetto (PT). Para ela, a fusão dessas pastas tem o objetivo de “fortalecer e dar maior eficiência e foco às políticas públicas”.
Dilma também anunciou a redução de 20% nos gastos de custeio e contratação de serviços nos ministérios, além da criação de metas para a redução nas contas de água e energia e nas despesas com telefone e passagens aéreas. “Isso vai contribuir para que o país saia mais rapidamente da crise e vai ajudar as medidas de reequilíbrio fiscal e controle da inflação, além de consolidar a estabilidade macroeconômica, aumentando a confiança na economia”, disse a presidente.
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