A piora generalizada do emprego no País ajudou a reduzir a desigualdade salarial entre homens e mulheres. Não houve melhora na condição feminina, mas sim deterioração na condição masculina, segundo os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2015, divulgada nessa sexta-feira pelo IBGE.
A renda média mensal dos homens que recebiam para trabalhar foi de R$ 2.058,00 ante R$ 1.567,00 das mulheres. O resultado significa que as mulheres receberam, em média, 76,1% do rendimento dos homens. No ano anterior, elas recebiam o equivalente a 74,5% do salário deles.
“É uma tendência de longo prazo essa redução gradual na desigualdade entre homens e mulheres. O salário delas aumentava um pouquinho mais que o deles. Mas, num momento de crise, o salário da mulher cair menos do que o dos homens também não é irrelevante”, avaliou Fernando de Holanda Barbosa Filho, pesquisador responsável pelos indicadores do mercado de trabalho do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV).
Publicidade
Quando o levantamento inclui pessoas que trabalhavam sem rendimento, as mulheres recebiam ainda menos do que os homens, 72,9%. O motivo é a existência de mais mulheres do que homens trabalhando sem receber nada por isso. Nessa situação, a renda média feminina cai para R$ 1.432,00 ante R$ 1.965,00.
Mercado de trabalho
O total de postos de trabalho eliminados alcançou 3,8 milhões, segundo a Pnad de 2015. Foi a primeira vez que houve queda no total de empregados no País, desde o início da série histórica da pesquisa, em 2004. A perda é muito mais aguda do que a mostrada pela Pnad Contínua, que substituirá definitivamente o levantamento anual já a partir deste ano.
Publicidade
Além disso, a dispensa de empregados incentivou o aumento da informalidade. A proporção de pessoas trabalhando por conta própria cresceu de 21,4% em 2014 para 23% no ano passado. A categoria costuma absorver pessoas que perderam seus empregos e procuram manter a renda da família atuando na informalidade.
This website uses cookies.