Quem alguma vez teve contato com a ficção do alemão Winfried Georg Maximilian Sebald, que assina sua obra literária como W.G. Sebald, nunca mais deixará de ter esse autor como referência de leitura de qualidade. No Brasil, seus livros estão disponíveis desde o início do século 21, quando a Record lançou dois de seus instigantes romances, Os emigrantes e Os anéis de Saturno, sendo este traduzido pela santa-cruzense Lya Luft. A sua forma de escrita, marcada pela intertextualidade entre diferentes narrativas (um pós-moderno à frente de seu tempo, por assim dizer), logo cativou leitores e autores, que o tomaram como modelo.
Mas Sebald sempre foi essencialmente ele próprio, com sua história de vida e o humor fino, bem como com a sólida bagagem cultural. O sucesso de seus livros logo motivou a Companhia das Letras a incluí-lo no catálogo. Além do relançamento dos dois livros mencionados, teve Vertigem, Austerlitz e Guerra aérea e literatura editados. E ele só não chegou com mais frequência nas livrarias porque a produção foi precocemente interrompida, quando faleceu em acidente de carro, em 2001, aos 57 anos. Encerrava-se a escrita de um grande mestre, mas ficavam as histórias.
Às quais, agora, a Companhia das Letras agrega um volume póstumo, Campo santo, de 272 páginas, composto de ensaios e textos diversos do alemão, reunidos em antologia, com tradução de Kristina Michahelles. Está ali o Sebald de
sempre, com uma grande aula de bem-escrever.
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