Quando alguém admira o mapa do Brasil, com a disposição continental e a fronteira estendida ao longo de dez países vizinhos, talvez não tenha muita clareza acerca de como, quando e por quem tais limites foram fixados.
Pois uma única pessoa é responsável por tal ação: Alexandre de Gusmão (1695-1753). De origem humilde, nascido na vila de Santos, no litoral paulista, mas cidadão luso porque, afinal, o Brasil era colônia portuguesa, quis o destino que Gusmão fosse o negociador de Portugal no Tratado de Madri, de 1750, em que portugueses e espanhóis sentaram à mesa para redesenhar suas possessões sul-americanas.
E apenas na lábia, sem que houvesse qualquer atrito, como ocorreu em tantas outras regiões no planeta, Gusmão conseguiu a façanha de, literalmente, triplicar a área do Brasil. Foi ele o autor do Mapa das Cortes, fixando (e legalizando) a ainda inexistente longa fronteira terrestre com o lado espanhol, e assim conseguiu assegurar para Portugal (e para o futuro Brasil independente) áreas imensas do Centro-Oeste e da Amazônia. Quem recupera, com justiça, a história de Gusmão é o diplomata Synesio Sampaio Goes Filho, no livro Alexandre de Gusmão (1695-1753): O estadista que desenhou o mapa do Brasil, da Record. É uma iniciativa providencial, que resgata uma das personagens mais importantes da história. Sem ele, o Brasil jamais teria se tornado o que é, ou como é.
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