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Dias quentes e secos devem continuar durante agosto

Os dias secos e as temperaturas altas que marcaram as últimas semanas de julho devem se prolongar durante agosto, mês que começou nesta terça-feira. Durante o dia, a máxima em Santa Cruz do Sul chegou aos 31.9 graus, às 14h20. A mínima ficou em 13,8 graus, às 7h40. Ambos os números são inesperados, já que o inverno continua até o mês de setembro.

Conforme a meteorologista Estael Sias, da MetSul Meteorologia, o frio até pode retornar, mas não vai prevalecer durante todo o mês. Durante a primeira metade de agosto, não há nenhuma grande massa de ar frio avançando para o Estado. As temperaturas continuarão oscilando entre períodos de inverno e veranico. A chuva volta ao Rio Grande do Sul, mesmo que de forma irregular.

A quarta e a quinta-feira, 2 e 3, serão marcadas pela instabilidade. Nesta quarta-feira, a precipitação prevista para Santa Cruz do Sul é de 21 milímetros. Já na quinta, será apenas de 2 milímetros. Mesmo com esses dois dias chuvosos, Estael garante que virá um período de tempo seco. Ainda assim, o mês de agosto não deve superar julho neste quesito.

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Este foi o julho mais seco dos últimos 13 anos em Santa Cruz do Sul. Superou 2004, mas ainda não bateu o recorde histórico, que aconteceu em 1917. Há cem anos, a precipitação de julho foi de 13,8 milímetros. Neste mês, choveu apenas 19,5 milímetros. Conforme o coordenador da Estação Meteorológica da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), professor Marcelino Hoppe, o número foi abaixo da média. “Isso é muito baixo, isso é menos de um quinto do esperado para o mês”, comenta. A expectativa era que em julho chovesse 130 milímetros.

Hoppe atribui o número ao bloqueio atmosférico que surgiu no Rio Grande do Sul, logo após um período de muita precipitação na região, entre o final de maio e o começo de julho. “Isso impede a entrada de massas de ar frio, as famosas frentes frias, e é tradicional na nossa região passar uma ou duas frentes frias por semana. Essas frentes frias foram bloqueadas, e nós tivemos uma chuva pouco expressiva no mês”, explica.

Segundo Hoppe, a precipitação esperada para este ano é de 1.604 milímetros. Nestes sete meses, a chuva atingiu a marca de 1.100 milímetros. Caso a instabilidade tivesse se mantido na média, no fim do ano seriam 1.700 milímetros.

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TABACO

Até o fim do mês, os agricultores que plantam tabaco aguardam pela chuva para que o solo fique úmido e seja possível dar continuidade ao processo de plantação. Conforme o gerente técnico da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Vicente Ogliari, caso o tempo siga seco, a colheita pode atrasar e causar prejuízos aos produtores.

Ainda assim, Ogliari aguarda até o fim de agosto. Para ele, ainda há tempo ábil do clima mudar e reverter a situação. Os produtores aguardam impacientes pela chuva, já que, caso as mudas sejam plantadas no seco, as probabilidades de resistirem são poucas.

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Conforme Ogliari, há produtores preparados para transplantar, mas com o tempo seco, não se arriscam a terminar o processo já que não há umidade na terra. Dessa forma, o plantio pode se atrasar, mas o gerente técnico ainda considera o andamento normal. “Não está acontecendo prejuízos para o produtor agora. Mas, se plantar mais tarde, colhe mais tarde”, finaliza. 

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