Sob a condição de anonimato, um amigo do médico santa-cruzense Gabriel Paschoal Rossi há mais de dez anos conversou com a Gazeta do Sul. Ele acredita que o rapaz foi sequestrado e torturado até a morte. “Nos falávamos toda semana. Dias antes do desaparecimento, trocamos mensagens e ele disse que estava com alguns problemas. Depois, colegas dele de lá me perguntaram se eu estava falando com ele, porque não deu mais notícias. Foi quando mandei uma mensagem e, na primeira resposta, vi que não era ele que estava com o celular.”
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O amigo chegou a morar e estudar Medicina com Gabriel em Dourados, antes de retornar em transferência para Santa Cruz. Ele inclusive esteve na formatura da vítima, em março. “Liguei muitas vezes nos últimos dias e não fui atendido. Antes, ele nunca trocava mensagem escrita, sempre por áudio. E pedi nesses dias pra ele mandar áudio, mas só respondiam de forma escrita. Obviamente estavam com o celular dele”, complementou o homem.
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Segundo ele, supostamente Gabriel teria afirmado que não atendeu uma ligação porque estava falando com outra pessoa, que o amigo sabe que ele já não tem mais relação há tempos. Em um último momento, na manhã de quarta, às 10h18, o celular de Gabriel atendeu, mas o amigo não escutou a voz dele, apenas barulhos e latidos de cachorro.
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O ex-colega de Medicina acredita que, na tentativa de recusar a chamada, por descuido, um dos sequestradores acionou a ligação, que permaneceu ativa durante 17 segundos. “Ouvi em áudio a entrevista do delegado, próximo da casa onde o corpo foi encontrado. O latido no telefone parece o mesmo do cachorro da vizinha que é possível ouvir na gravação. Pra mim, até a manhã de quarta, os sequestradores estavam com ele na casa, já morto.”
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