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SAÚDE MENTAL

Diagnósticos de depressão crescem em 40% durante a pandemia

Foto: Agência Brasil

O percentual de pessoas diagnosticadas com depressão no Brasil aumentou mais de 40% durante a pandemia de Covid-19, passando de 9,6% no período anterior à crise sanitária para 13,5% no primeiro trimestre deste ano. Os dados recentes, divulgados no último dia 27 de abril, são do Inquérito Telefônico de Fatores de Risco para Doenças Crônicas não Transmissíveis em Tempos de Pandemia (Covitel). O trabalho foi desenvolvido pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), em parceria com a organização não governamental Vital Strategies.

Para o estudo, foram feitas 9 mil entrevistas por telefone – metade por aparelho fixo e metade por celular – de janeiro a março. A amostra abrange as cinco regiões do país, incluindo capitais e interior. A prevalência de depressão é maior em mulheres: 18,8% neste ano e 13,5% antes da pandemia. Entre as pessoas brancas, 16,5% foram diagnosticadas com o transtorno, número que era de 11% antes da crise sanitária. Entre a população negra, o percentual de pessoas diagnosticadas com depressão passou de 8,8% para 11,8%.

A assessora técnica da Vital Strategies, Luciana Sardinha, afirma, no entanto, que os dados tratam apenas de pessoas que conseguiram um diagnóstico para o problema, não necessariamente todas atingidas pela depressão. “São aqueles que tiveram condição de ter acesso a um médico”, enfatiza. Já para o professor da Faculdade de Medicina da UFPel, Fernando Wehrmeister, as populações mais vulneráveis enfrentam dificuldades para acessar os sistemas de saúde, que vão desde problemas de deslocamento até questões como a discriminação. Esses grupos também costumam ter, de acordo com o pesquisador, piores indicadores em saúde. E ele acrescenta: “Por mais que a gente tenha uma estratégia de saúde da família consolidada no país, grupos mais vulneráveis ou menos escolarizados ainda têm algumas barreiras e isso reflete nos números.”

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Atividade física

O professor da escola de Educação Física da UFPel, Pedro Hallal, atesta que a falta de atividade física e a alimentação pobre em nutrientes são fatores de risco para doenças crônicas e que afetam mais, segundo os dados, as populações mais vulneráveis. Por isso, ele defende que as políticas de prevenção tenham atenção especial a esses grupos. “Nós precisamos focar em quem mais precisa”, destaca.

Ainda de acordo com o estudo, houve um aumento de 40% no percentual de pessoas que não fazem atividades físicas e caiu em 21,4% o percentual de ativos. Antes da pandemia, 38,6% das pessoas praticavam atividades físicas regularmente, número que ficou em 30,3% este ano. O percentual dos que eram inativos passou de 13,1%, no período pré-crise sanitária, para 18,4% atualmente.

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Entre a população com até 8 anos de estudo, o percentual de fisicamente ativos caiu de 31,8% para 22,3%. Para as pessoas com 12 ou mais anos de educação formal, 51% eram ativos antes da pandemia, percentual que ficou em 43,6% após a crise.

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Alimentação

O consumo regular de verduras e legumes teve queda de 12,5% entre o total da população durante a pandemia. Antes da crise sanitária, os vegetais faziam parte das refeições de 45,1% da população, percentual que ficou em 39,5% este ano. O número não variou, entretanto, entre as pessoas com 12 ou mais anos de estudo, ficando em pouco mais de 53% nos dois cenários.

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Na população com até 8 anos de escolaridade, houve uma queda de 43,9% para 34,9%. Entre as pessoas brancas, o percentual saiu de 49,6%, antes da pandemia, para 46,2% no primeiro trimestre desse ano. Para as pessoas negras, o índice de pessoas que consomem legumes regularmente passou de 42,5% para 35,6%.

Com informações da Agência Brasil.

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