As cantoras Preta Gil e Simony revelaram no ano passado que estão enfrentando um câncer colorretal. O ex-jogador de futebol e maior ídolo do Vasco da Gama, Roberto Dinamite, enfrentou o câncer de cólon, no intestino grosso, mas infelizmente não sobreviveu e faleceu, aos 68 anos, em janeiro. Esses recentes casos, que ganharam a mídia, acendem um alerta: é preciso se conscientizar sobre a importância da prevenção dessa doença.
O Brasil registra todos os anos mais de 41 mil novos casos de câncer colorretal, também chamado de câncer de intestino, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca). Sem considerar o câncer de pele não melanoma, é o segundo tipo de câncer mais frequente no país, ficando atrás apenas dos tumores de mama nas mulheres e de próstata nos homens.
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A médica oncologista Bianca Weiss explica que o câncer colorretal abrange os tumores que se desenvolvem no intestino grosso (cólon) e no reto, que é a porção final do intestino. “Ele pode atingir homens e mulheres, geralmente por volta dos 50 anos de idade, porém cada vez mais fazemos diagnóstico desses tumores em pacientes mais novos”, enfatiza.
Existem fatores de risco associados ao desenvolvimento do câncer de cólon e reto. São eles, excesso de peso; alimentação pobre em frutas, vegetais e outros alimentos que contenham fibras; consumo de alimentos processados, como salsichas, mortadela, linguiça, peito de peru, salame, bacon, e ainda ingestão excessiva de carne vermelha.
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Além disso, outros fatores são história familiar de câncer de intestino, história pessoal de câncer de intestino, ovário, útero ou mama, além de tabagismo e consumo de bebidas alcoólicas. Assim, doenças inflamatórias do intestino, como retocolite ulcerativa crônica e doença de Crohn, também aumentam o risco, bem como doenças hereditárias, como polipose adenomatosa familiar (FAP) e câncer colorretal hereditário sem polipose (HNPCC). “Essa doença costuma se desenvolver de forma lenta e, se descoberta em estágio inicial, tem altas chances de cura”, atesta Bianca.
É feito através de dois exames: colonoscopia ou retossigmoidoscopia com realização de biópsia da lesão suspeita. Contudo, a médica alerta que existem alguns sinais que devem receber atenção, como sangramento nas fezes, dor abdominal, palpação de massa abdominal, perda de peso, anemia sem outra causa e mudança de hábito intestinal. “É importante deixar claro que, na maior parte das vezes, esses sintomas não são causados por câncer, mas é importante que eles sejam investigados por um médico, principalmente se não melhorarem em alguns dias”, observa.
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O câncer de intestino é uma doença tratável e frequentemente curável. Vai depender do estágio da doença. Aqueles pacientes com diagnóstico precoce em estágios iniciais realizarão a cirurgia para retirada de parte do intestino afetada e os gânglios linfáticos de dentro do abdômen, sem indicação de tratamento complementar. Quando o estágio é mais avançado (ou seja, tumor grande, extensão da doença, número de gânglios comprometidos ou doença acometendo outros órgãos, chamada de doença metastática), deve-se indicar também o tratamento de quimioterapia e radioterapia, a depender da localização do tumor. Após o tratamento, é importante realizar o acompanhamento médico para monitoramento de recidivas ou novos tumores. “Uma dica é sempre procurar seu médico para realização de exames de rotina e diagnóstico precoce”, conclui Bianca.
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