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23 de abril

Dia mundial do livro: dez leituras essenciais para começar em 2022

Livros, leitura

Uma vida parece pouca para a quantidade de livros que merecem leitura. Dos clássicos aos fenômenos de vendas que furam as bolhas da internet, uma boa indicação pode ser a porta de entrada para um universo gigantesco, seja no mundo da ficção ou da realidade. Neste espírito, quinzenalmente, a equipe do Aliás indica lançamentos recentes, na coluna ‘Estante’, filtragem que elenca títulos em têm sintonia com o momento, pois o mercado editorial acompanha os movimentos da sociedade, política, arte, filosofia, e demais áreas.

Neste Dia Mundial do Livro, 23, convidamos profissionais ligados à literatura para partilhar livros essenciais de suas vidas. Atemporais, as obras vão de clássicos, com autores como James Joyce, Oscar Wilde e William Faulkner, a contemporâneos como Reinhart Koselleck e Ayelet Gundar-Goshen.

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‘Finnegans Wake’, de James Joyce.

Destacar um livro que tenha marcado a minha trajetória como leitora é difícil. Houve livros que me marcaram em diferentes épocas e por diferentes razões. Mas não poderia não citar Finnegans Wake (1939), de James Joyce, pois graças a ele passei a me interessar também por tradução e mudei o meu conceito de leitura. Ler o Wake é como atravessar uma wastobe land (terra desolada), para usar uma expressão do livro. Seu leitor é uma espécie de andarilho que vaga por paisagens novas e inusitadas. Todos os livros propiciam muitas experiências de leitura, muitas travessias, mas desconheço outro que tenha tantas possibilidades quanto Finnegans Wake. (Dirce Waltrick do Amarante)

‘O Som e a Fúria’, de William Faulkner

O tom trágico marca O Som e a Fúria, a mais emblemática obra de William Faulkner. Fragmentário, o romance narra a queda de uma família tradicional sulista, derrocada pela modernidade. As inovações técnicas incorporadas por Faulkner, influenciado pelo Ulisses de James Joyce, tornam o livro um dos grandes momentos da literatura norte-americana. (Giovana Proença)

‘O Retrato de Dorian Gray’, de Oscar Wilde

O Retrato de Dorian Gray é a cereja do bolo da apetitosa obra de Wilde. Autor de peças antológicas, como Salomé, o romance discute a idealização da beleza com uma verve diabólica. Para estes bicudos tempos em que vale tudo para uma boa foto, a trama desenrolada entre o lorde Henry e o jovem Dorian mostra como a representação de papéis sociais nada mudou em essência, embora os ambientes migraram dos salões ingleses às redes sociais. Este é um tratado sobre as aparências, a perfídia e a miséria humana. (Matheus Lopes Quirino)

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‘Reinhart Koselleck: uma latente filosofia do tempo’

Neste volume organizado por Thamara Rodrigues e H. U. Gumbrecht, com tradução de Luiz Costa Lima, chegam ao leitor brasileiro quatro ensaios do historiador Reinhart Koselleck, incluindo uma sutil reflexão sobre as relações ficção e realidade histórica, indo além de autores que, como Hayden White, defendem que a historiografia seria uma representação da realidade cuja eficiência explicativa estaria mais ligada a procedimentos “literários” do que propriamente “científicos”. Com Koselleck, que desloca a discussão da narrativa histórica para o hiato entre experiência e linguagem, as coisas mudam de figura e ganham em complexidade. (André Jobim Martins)

‘Popol Vuh’

Popol Vuh, o poema épico do povo maia-quiché. O tema é a origem do homem americano, mas o texto também fala, na última parte, que é histórica, sobre a chegada dos colonizadores espanhóis. O poema é todo narrado na voz passiva, e o personagem principal, a meu ver, é a Terra. Os deuses não são sujeitos “soberanos”, mas sofrem a ação da Terra, assim como todos os habitantes deste planeta. A estadia dos heróis gêmeos Sol e Lua no inframundo é particularmente tocante, pois eles ensinam o pai a morrer. A noção de sexo interespécies, tão importante para a mitologia amerídia, é apresentada no inframundo, conhecido como Xibalda. (Sérgio Medeiros)

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‘As Ondas’, de Virginia Woolf

Em uma de suas cartas, Virginia Woolf manifestou o desejo de escrever quatro linhas ao mesmo tempo para exprimir o mesmo sentimento – como faria um músico. O romance As Ondas concretiza essa vontade, sobrepondo seis vozes que, como em uma fuga musical, resultam em uma amálgama de perspectivas. Por meio deste caleidoscópio, a obra captura uma miríade de impressões e representa um momento histórico turbulento – no qual o passado é angustiante, o presente é insuficiente e o futuro é incerto. (Laura Pilan)

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O Coração das Trevas, de Joseph Conrad.

Fantasia feérica, mas também retrato do mal metafísico e histórico (o genocídio promovido no Congo pelo rei belga Leopoldo II). Conrad aprendeu inglês já adulto, pois nasceu em Berdychiv, na atual Ucrânia. E esse coração trevoso é também o coração peludo de Vladimir Putin. (Paulo Nogueira)

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‘Pílulas azuis’, de Frederik Peeters

A graphic novel do já consagrado Frederik Peeters trata de um casal que tem de conviver com o fato de um deles ser soropositivo. O tema da AIDS, aparentemente superado na contemporaneidade, impõe dificuldades na vida cotidiana até então ignoradas pelo público comum. Na história, a superação é possível em nome de uma vida a dois e da parceria estabelecida. Merecem ainda destaque os belíssimos traços do autor e sua capacidade de sustentar diálogos extremamente complexos em um gênero literário ainda bastante subestimado no Brasil. Um verdadeiro deleite. (Faustino Rodrigues)

‘Uma noite, Markovitch’, de Ayelet Gundar-Goshen

A jovem escritora israelense surge como grande prodígio na literatura mundial. Em Uma noite, Markovitch explora o imponderável através da insegurança de seu protagonista. O livro, repleto de pausas sem perder um dinamismo narrativo, é uma ótima oportunidade para se ver como ideias e estilos literários circulam em um mundo globalizado, conferindo infinitas possibilidades de construção de uma trama. (F.R)

‘Hiroshima, Meu Amor’ – Marguerite Duras

A editora Relicário relança obra clássica da escritora francesa de origem vietnamita, que foi filmada por Alain Resnais em 1959, e que trata de uma relação conturbada entre uma atriz francesa e um arquiteto japonês em Hiroshima. Duras analisa tanto a questão do preconceito como a distência cultural entre os amantes. (Antonio Gonçalves Filho)

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