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Dia mundial do empreendedorismo feminino

No próximo dia 19 de novembro, comemora-se o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino. A data foi lançada pela Organização das Nações Unidas (ONU). O objetivo é valorizar e apoiar a entrada das mulheres no mundo dos negócios. Atualmente, elas detêm um acesso médio entre 58% e 70% dos postos ocupados por homens na política, economia, educação e saúde.

A UN Women, entidade das Nações Unidas dedicada a promover a igualdade e empoderamento das mulheres, relacionou várias razões porque o mundo precisa do Dia do Empreendedorismo Feminino:

1ª) as mulheres tem uma participação menor no mercado de trabalho;

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2ª) globalmente, as mulheres recebem menos do que os homens;

3ª) as mulheres são mais propensas a trabalhar num emprego informal do que os homens;

4ª) mais mulheres do que homens trabalham em empregos vulneráveis de baixa remuneração ou subvalorizados;

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5ª) 79 economias tem leis que restringem os tipos de trabalhos que as mulheres podem fazer;

6ª) em 15 economias, os maridos podem impedir suas esposas de aceitar empregos;

7ª) as mulheres trabalham mais do que os homens devido à realização de tarefas não remuneradas (como cuidar de crianças, fazer compras no mercado, etc);

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8ª) por trabalharem mais, as mulheres tem menos tempo para a educação, lazer, participação política e autocuidado;

9ª) quanto mais mulheres trabalham, mais as economias crescem;

10ª) as empresas se beneficiam muito ao permitirem que mulheres liderem nos negócios.

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Possivelmente pouca gente ouviu falar, mas o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino é celebrado em 144 países e 110 universidades e faculdades. Além disso, a UN Women capacita 4 milhões de mulheres em todo o mundo para serem catalisadoras da mudança e inspira 250 milhões de meninas que vivem na pobreza. De acordo com a ONU Mulheres, a independência financeira e o empoderamento econômico são fundamentais para a liberdade das mulheres, principalmente em regiões de países mais pobres, onde a violência baseada no gênero é mais forte e em crescimento.

No Brasil, de acordo com a pesquisa Panorama Mulher, realizada pela empresa de recrutamento Talenses, apenas 18% das empresas são fundadas ou lideradas por mulheres. Mesmo sendo um número baixo, a liderança feminina tem crescido nos últimos anos, acompanhando uma tendência mundial. Do setor de tecnologia à política, algumas mulheres servem de verdadeiro exemplo de superação e quebra de barreiras, como: Mary Barra, CEO da GM; Sheryl Sandenberg, COO do Facebook; Paula Bellizia, CEO da Microsoft Brasil; Chieko Aoki, fundadora e presidente da Blue Tree Hotels; Luanna Toniol, fundadora da TROC, maior brechó online do Brasil.

A maioria das mulheres ainda enfrenta grandes desafios para ganhar credibilidade e ter uma posição de destaque em muitas empresas e até mesmo em sua vida empreendedora. Luzia Costa, criadora  das redes de franquias Sóbrancelhas e Beryllos, comenta os  principais obstáculos:  1) julgamento desigual: os homens ainda se julgam ou são considerados mais competentes nos negócios do que as mulheres; 2) medo de fracassar: é sustentado pelas críticas e dúvidas da capacidade das mulheres empreendedoras; 3) equilíbrio na vida profissional e familiar: para alcançar objetivos, é preciso sacrificar alguns momentos pessoais; o planejamento do tempo é imprescindível; 4) falta de apoio: os homens ainda possuem maior destaque, deixando a empreendedora insegura; a união das mulheres é fundamental.

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De acordo com estudo feito pela Rede Mulher Empreendedora (RME) e Fundação Getúlio Vargas (FGV), as maiores necessidades das mulheres empreendedoras são gestão de tempo, contratação de funcionários, pagamento de dívidas pessoais, marketing, networking e principalmente ter acesso ao crédito para investir no negócio. Muitas vezes, as empreendedoras estão inadimplentes como pessoa física, porque não conseguem oferecer às instituições financeiras garantias de propriedades, geralmente em nome dos homens.

Antigamente, as mulheres não precisavam  preocupar-se com as finanças. Fazia parte da cultura conservadora que os homens eram os provedores da casa. Com o posicionamento feminino maior no mercado de trabalho, as mulheres estão buscando também independência financeira. Não faz mais sentido, portanto, a história, contada por Carol Sander, fundadora da plataforma online Finanças Femininas, em que uma advogada bem sucedida, com uma boa renda e contando com um cartão de crédito quase ilimitado, teve seu cartão rejeitado quando foi pagar o estacionamento do carro. Descobriu que tinha uma dívida de R$ 1,5 milhão, sem saber de nada, simplesmente porque seu agora  ex-marido cuidava das finanças da família.  Como diz Carol, “delegar a gestão financeira é uma coisa; largar é outra”.

Pesquisa revela que 50% dos homens brasileiros ainda acham que o papel das mulheres é cuidar da casa, sendo que sete em cada dez admitem que as esposas escolhem suas roupas. Esta opinião ainda é compartilhada por mulheres consideradas maduras (com idade entre 48 a 60 anos).  Já entre as mais jovens, com idade entre 18 a 30 anos, essa é uma realidade cada vez menos desejada. Mesmo assim, não se pode negar que as mulheres empreendedoras do Brasil estão indo por um bom caminho. O impacto feminino na sociedade é multiplicador, quando elas prosperam financeiramente. Ao invés de gastarem apenas em compras pessoais, elas investem nos filhos, na família e principalmente na comunidade onde vivem. Na avaliação de Valéria Verdi, fundadora da rede de franquias Torteria Haguanaboka: “existem outras características das mulheres que contribuem para o sucesso delas. Por natureza, as mulheres são mais detalhistas e caprichosas, sempre atentas aos mínimos detalhes, não só a parte racional e crítica do negócio, mas também na excelência do atendimento, na qualidade.”

Parabéns às empreendedoras, jornalistas do Portal Gaz, e, em especial, às minhas três filhas Priscilla (Capital Humano), Taíla (D’Vino e Faz Capital) e Giana (Studio Fiscal) e seus respectivos companheiros.

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