Esta quarta-feira, 1º de dezembro, é lembrada como o Dia Mundial de Luta contra a Aids. A data visa alertar sobre a importância da prevenção, do diálogo e do diagnóstico precoce. O Centro Municipal de Atendimento à Sorologia (Cemas), que atende nove municípios da região, tem atualmente 2 mil pessoas em tratamento. Além de Santa Cruz do Sul, abrange Rio Pardo, Pantano Grande, Vera Cruz, Vale do Sol, Herveiras, Gramado Xavier, Sinimbu e Candelária.
A enfermeira e coordenadora do Cemas, Micila Chielle, conta que, em 2020, o município realizou em torno de 3 mil testes para HIV e foram recebidos 120 novos casos na região de abrangência. Já em 2021, até essa terça-feira, foram 133 novos pacientes e 3,2 mil testes realizados. No entanto, ela explica que o número mais baixo do ano passado se deve também ao período de isolamento social, quando houve menor procura pelos serviços.
O Cemas possui o Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA), que conta com serviços de testes, conversas, orientações e consultas com a população em geral, não apenas sobre o HIV, mas a respeito de todas as infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). O serviço oferece também atendimento especializado para quem já tem hepatites virais, tuberculose – que é um agravo infectocontagioso –, sífilis, HIV e todas as demais ISTs.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Anvisa aprova novo tratamento para HIV
Balanço de avanços e desafios
Para a enfermeira e coordenadora do Cemas, os avanços estão relacionados às alternativas de terapias. “A medicação hoje é muito diferenciada, em pouca quantidade. São dois comprimidos em média, e antes era um coquetel. Essa terapêutica não chega a agredir o paciente. O SUS é muito bem aparelhado e oferece o tratamento completo para o portador de HIV”, diz Micila Chielle.
Os desafios, entretanto, estão relacionados à mudança de atitudes da população. “Existe um comportamento mais liberal. Com isso, aumentaram significativamente as trocas de parceiros e alterações nas práticas sexuais.” Outro problema são os tabus, preconceitos e dificuldades em falar sobre sexo. “As pessoas fazem sexo, mas não falam sobre”, completa Micila.
Publicidade
LEIA TAMBÉM: Números da aids na região são preocupantes, diz coordenadora do Cemas
A maioria dos atendimentos do Cemas é de pacientes com sífilis ou HIV, o que coloca em estado de alerta os profissionais da saúde, que percebem uma falta de diálogo, tanto entre pais e filhos quanto entre parceiros. “Peço que as pessoas tenham práticas de sexo seguro, mais responsáveis, e que as famílias conversem com seus jovens a respeito e tenham preservativos disponíveis em suas residências. O jovem não vai pedir, então isso tem que ser oferecido.”
Não só os adolescentes, mas também os adultos e idosos necessitam dessa conscientização. “É preciso, primeiramente, conhecer a sorologia, o resultado dos exames dos testes dos parceiros sexuais. Tem que conversar sobre isso e, em casos em que a pessoa não tenha como saber, é imprescindível usar preservativo. Em todos os tipos de relação sexual – vaginal, anal e oral –, porque as ISTs também pegam pela boca”, enfatiza a enfermeira.
Publicidade
Diagnosticar precocemente é considerado fundamental
Pessoas com vida sexual ativa devem realizar testes rápidos – que ficam prontos em 15 minutos – de seis em seis meses. Para isso, basta ter em mãos o Cartão SUS e ir ao Cemas ou posto de saúde mais próximo. Conforme Micila, em Santa Cruz do Sul os 30 postos de saúde oferecem testes rápidos de HIV, além do SIS da Unisc.
O diagnóstico precoce é fundamental, de acordo com a explicação da enfermeira. “Recebo muitos pacientes já com Aids porque descobrem tardiamente e já estão com seu organismo debilitado em função da doença. A pessoa com tratamento em dia, que toma seu medicamento corretamente, fica com a carga viral indetectável e não passa o vírus. Então a gente quer barrar a transmissão também.”
LEIA TAMBÉM: Santa Cruz participa de estudo sobre infecções sexualmente transmissíveis
Publicidade
HIV e Aids
Micila Chielle explica que HIV é o vírus e Aids, a doença. “Logo que é infectada, a pessoa não tem sintomas, pois a doença ainda não debilitou seu sistema imunológico. Então ela é uma portadora de HIV. Quando o HIV agride, afeta o sistema imunológico, a pessoa começa a ter sintomas, a adoecer, adquirir doenças oportunistas, então ela é uma pessoa com Aids”, salienta a profissional de saúde.
Horário de atendimento
O Cemas atende de segunda a sexta, das 7h45 às 11h45 e das 13 às 17 horas. Às terças, o horário é estendido para pacientes com HIV, das 17h30 às 20 horas. Já nas quartas, é estendido para pacientes sem o diagnóstico, mas que querem fazer o teste ou ter mais informações. O horário das quartas também é das 17h30 às 20 horas.
LEIA TAMBÉM: Anvisa aprova novo tratamento para HIV
Publicidade
Quer receber as principais notícias de Santa Cruz do Sul e região direto no seu celular? Entre na nossa comunidade no WhatsApp! O serviço é gratuito e fácil de usar. Basta CLICAR AQUI. Você também pode participar dos grupos de polícia, política, Santa Cruz e Vale do Rio Pardo 📲 Também temos um canal no Telegram! Para acessar, clique em: t.me/portal_gaz. Ainda não é assinante Gazeta? Clique aqui e faça sua assinatura agora!