Em 31 de outubro de cada ano, além do Dia da Reforma Luterana e do Halloween – Dia das bruxas, é comemorado, também, o Dia Mundial da Poupança. A data foi estabelecida em 31 de outubro de 1924, durante o 1º Congresso Internacional de Bancos de Poupança, em Milão, na Itália. O objetivo era alertar as pessoas de todo o mundo sobre a segurança de deixarem aos cuidados de um banco o dinheiro poupado, ao invés de mantê-lo em sus casas, sujeito a roubos, ser danificado por insetos e roedores ou consumido por algum incêndio.
No Brasil, o Dia da Poupança foi instituído em 1933 para conscientizar a população sobre a necessidade de guardar dinheiro e a importância de planejar suas finanças. A data especial não se confunde com a caderneta de poupança, aquela conta bancária, criada por D. Pedro I, em 12 de janeiro de 1861, junto com a Caixa Econômica Federal.
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Quando se refere a dinheiro, a palavra poupar desperta diversos e até contraditórios sentimentos. Para muitas pessoas, é difícil ou até impossível poupar; para outras, é coisa de pessoa mesquinha, “pão dura”. Mas, para um número crescente de pessoas, poupar já faz parte da vida e pode ser tão ou mais prazeroso e gratificante do que, simplesmente, gastar o dinheiro na compra de algum item da moda. Um dos conceitos que melhor define o ato de poupar “é sacrificar o consumo no presente para fazer um melhor proveito no futuro”.
Economistas, consultores, autores de livros e de artigos específicos, palpiteiros, etc., inclusive em programas de rádio e televisão, orientam e insistem que devemos guardar um “x” por mês, geralmente estipulado num percentual que pode variar de 10% a 30% dos ganhos, com vistas a enfrentar alguma despesa imprevista.
“Basta querer” pregam os mais fundamentalistas. Será? Se é tão elementar, por que a grande maioria das pessoas, independente do quanto ganham, não conseguem poupar uma parte do salário ou renda? Um pensamento muito comum é propor-se a guardar o dinheiro que sobrar no final do mês, o que raramente acontece.
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Há pessoas que dizem que não conseguem poupar de forma alguma; às vezes, apenas conseguem pagar as contas em dia, quando não as atrasam. Será que querem poupar mesmo? Na verdade, o brasileiro ainda poupa pouco, em relação a outros países, e sobram motivos para a falta de poupança, alguns inconscientes ou psicológicos: 1) salário ou renda muito baixa; 2) contas para pagar; 3) ausência de força de vontade; 4) procrastinação – sempre adiar para o mês seguinte; 5) inércia: simplesmente não fazer nada; 6) o pressuposto do “tudo ou nada” – desprezar pequenos valores, ignorando que mais vale a constância do que eventuais aportes.
Como muitos outros comportamentos, poupar também é um hábito que pode ser adquirido e desenvolvido, evitando compras por impulso e cuidando melhor do dinheiro. Algumas dicas: 1ª) mudar um hábito por vez: é difícil querer economizar, emagrecer, fazer exercícios, tudo ao mesmo tempo; 2ª) começar a medir: ter um caderninho ou um aplicativo do celular onde anotar cada vez que agir diferente do que se propôs; 3ª) isolar o gatilho: identificar o que desencadeia a ação de gastar por impulso: 4ª) não se atormentar quando cometer algum deslize: conscientizar-se da rateada e ir em frente; 5ª) substituir o mau hábito em vez de querer eliminá-lo: levar um produto mais barato que atenda à necessidade ou ao desejo.
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Poupar por poupar pode até ser uma decisão financeiramente correta, mas é fundamental estabelecer sonhos e objetivos que se quer realizar com aquele dinheiro, num determinado prazo: quitar as dívidas; comprar uma moto, um carro, uma casa; investir num plano de previdência; fazer uma viagem; tirar um tempo sabático; casar, separar… Enfim, são tantas opções, não importa o que, desde que claramente definidas. Guardar dinheiro sem uma finalidade específica, na maior parte das vezes, é dinheiro que não tem dono e, portanto, se surgir qualquer demanda – comprar alguma coisa, emprestar para algum familiar ou amigo – vai ser gasto. Sem objetivos ou sonhos, em algum momento pode-se cansar e toda aquela disciplina é abandonada e, como num passe de mágica, alguém que passou a vida inteira sendo uma pessoa econômica começa a gastar tudo que tinha acumulado; às vezes, mais um pouco. Por isso, antes de alçar voos mais altos, é essencial fazer o dever de casa: juntar uma boa reserva financeira – o famoso “dinheiro em caixa” – para enfrentar imprevistos, como o desemprego, a reforma do carro, uma doença, etc.
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Poupado o dinheiro, é o momento de decidir o que fazer com ele. Obviamente, não é guardá-lo debaixo do colchão. As perguntas básicas, então, sempre são essas: em que investir para obter melhores rendimentos e qual é o risco da aplicação? Existem inúmeras opções de investimentos, tanto no mercado financeiro, como fora dele. Vai depender de vários fatores, principalmente, 1º) do perfil do investidor – se é conservador (não gosta de arriscar), moderado (arrisca um pouco) ou agressivo (gosta de adrenalina, arriscando muito); e, 2º), dos objetivos/sonhos: de acordo com cada um deles, monta-se uma estratégia – de curto prazo (até 1 ano); de médio prazo: até 10 anos); e de longo prazo (mais de 10 anos).
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O fato de muitos brasileiros ainda preferirem a tradicional “caderneta” de poupança com seu baixo rendimento – em alguns períodos, menor que a inflação -, é sinal de que falta conhecimento ou sobra receio sobre o mercado financeiro. Antes de realizar qualquer aplicação é necessário ter um entendimento básico sobre investimentos. Com a internet ficou fácil acessar sites especializados e as redes sociais permitem a troca de informações, cabendo ao usuário apenas cuidar para não cair em “frias”, como pirâmides financeiras. Profissionais da área podem ajudar, oferecendo informações e orientações seguras. Como diz Robert Kiyosaki, autor de vários livros, dentre os quais o Pai rico, Pai pobre, “Sua mente é um dos únicos ativos do mundo que nunca diminuirão de valor. Você precisa investir em si mesmo antes de começar a investir em qualquer outra coisa.”
Quem ainda não tem sua poupança deve saber que é arriscado ficar esperando até o dia em que vai sobrar, receber o dinheiro de um processo, um aumento de salário ou uma herança… o que pode até acontecer, mas, quase sempre, demora muito ou nem ocorre, enquanto o tempo passa. Evidentemente, poupar não é o objetivo em si mesmo, que pode tornar a pessoa mesquinha e avarenta, mas um meio para alcançar um fim maior. Por isso, a proposta da metodologia da DSOP Educação Financeira prevê que, tão logo o salário ou a renda entram na conta do banco ou, em espécie, no bolso, a pessoa ou família pagam-se em primeiro lugar, apartando os valores destinados à realização de sonhos/objetivos e os aplicam em algum investimento.
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