Quando um cano se rompe e as torneiras ficam secas, as queixas se multiplicam. Realidade muito conhecida de quem vive em Santa Cruz do Sul, esse tipo de transtorno traduz a importância da água no dia a dia da população. Muito além dos problemas verificados no abastecimento urbano, o recurso tem sua importância na agricultura e pecuária. Mesmo que nos últimos tempos tenham ocorrido avanços a partir de pesquisas sobre o tema, o caminho ainda é longo e depende da conscientização de todos.
O crescimento das demandas hídricas no Brasil, com o aumento da população e das atividades econômicas intensivas em uso da água, tem aumentado o estresse hídrico. Dados da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) mostram que no Brasil, as regiões mais críticas são a Sudeste, onde se destaca o uso da água para o abastecimento humano, a irrigação e a indústria; e a Sul, onde é expressiva a irrigação de grandes lavouras de arroz pelo método de inundação. No Nordeste, o problema se agrava devido à baixa disponibilidade.
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O principal tipo de uso no País, em termos de quantidade, é para a irrigação (49,8%), seguido pelo abastecimento humano (24,3%) e a indústria (9,7%). Juntos, eles representam cerca de 74% da retirada total. Outros empregos considerados são o animal (8,4%), as termelétricas (4,5%), o abastecimento rural (1,6%) e a mineração (1,7%).
Diante desses percentuais é possível compreender como as estiagens, como as dos dois últimos anos, são impactantes na vida das comunidades. Em 2021, a falta de chuva já deixou a população de Santa Cruz apreensiva diante da baixa no Rio Pardinho. Para auxiliar no abastecimento, a Prefeitura precisou recorrer aos caminhões-pipa a fim de atender as comunidades do interior e chegou-se a cogitar um decreto de emergência.
Em Rio Pardo, a situação também se agravou. O leito do rio que dá nome ao município transformou-se em um filete de água. Realidade semelhante foi vista em Candelária, onde a área de captação junto ao Balneário Carlos Larger, a Prainha, praticamente secou.
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Como alternativa para assegurar o abastecimento à população, foi construída uma barreira com as pedras que ficam no leito do rio. Dessa maneira, enxergava-se apenas um pequeno córrego naquele ponto. Posteriormente, a volta das chuvas ajudou a modificar a paisagem, mas nem por isso reduziu o risco de desabastecimento, uma vez que o deficit hídrico vem aumentando a cada ano.
Valorização
No dia 22 de março de 1992, a Organização das Nações Unidas (ONU) criou o Dia Mundial da Água. A data é um esforço da comunidade internacional para colocar em pauta questões essenciais que envolvem os recursos hídricos.
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Neste ano, o tema proposto pela UN-Water é Valorizando a Água, que remete a questões relacionadas à precificação do insumo e sua importância nos aspectos ambiental, social e cultural. É uma forma de convidar a sociedade a pensar a respeito dos cuidados com a água como forma de assegurar seu suprimento diante das necessidades do consumo humano e produção de alimentos.
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