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Dia Internacional da Mulher: um olhar sobre a mulher do campo

Comemoramos no dia 8 de março o Dia Internacional da Mulher, definido pela Organização das Nações Unidas. Nessa data são realizados muitos eventos e homenagens lembrando as conquistas históricas e a importância da participação feminina na sociedade. O meu enfoque neste texto será a respeito das mulheres rurais.

Lembro-me de quando era adolescente, ouvindo a minha mãe lamentar que não havia a perspectiva de aposentadoria no meio rural. Isso foi nos meados da década de 80. Mais tarde, com a Constituição de 1988 veio a igualdade de direitos entre homens e mulheres e a inclusão das mulheres rurais na previdência social.

É bem verdade que, até que realmente se iniciassem os pagamentos de benefícios, levou alguns anos. Minha mãe foi uma das agricultoras que se aposentou com base na nova legislação. Muitas mulheres passaram a ter dignidade e respeito a partir da aposentadoria.

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A previdência social foi uma grande conquista em diversos aspectos: além de proporcionar o reconhecimento da profissão de trabalhadora rural, trouxe benefícios econômicos ao campo, pois o valor da aposentadoria é usado para garantir saúde e melhor qualidade de vida no meio rural. Mas ainda há dificuldades concretas de efetivar esse direito.

Atualmente, para cada benefício negado para um homem, o INSS nega três para mulheres. Isso ocorre por dois fatores:

  • 1) porque muitas mulheres não têm documentos em nome próprio (mesmo que possam ser aceitos documentos em nome de outra pessoa na família, quando o marido é urbano e os documentos estão em nome dele, é difícil a mulher conseguir se aposentar);
  • 2) porque menos se acredita no trabalho das mulheres, como se elas fossem menos capazes de trabalhar ou porque ainda se enxerga o trabalho da mulher como menos importante que o trabalho dos homens.

Atualmente, as mulheres ocupam diversos espaços na sociedade: nos sindicatos, nas igrejas, nos órgãos públicos em cargos políticos, em inúmeras atividades profissionais (pilotas, engenheiras, empresárias…), embora ainda tenhamos situações no dia a dia em que se demonstra o preconceito para com o trabalho das mulheres.

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Às vezes, pelas próprias mulheres que também precisam superar as suas convicções com relação ao seu papel na sociedade. Um dos caminhos para evoluirmos na sociedade atual é unirmos esforços, homens e mulheres, para construir mais igualdade e tolerância, especialmente enfrentando as situações de violência que ainda atingem muitas mulheres.

Voltando ao assunto da mulher rural, quero aqui prestar a minha homenagem a todas elas que trabalham na roça, cuidam dos filhos e netos, fazem todos os serviços domésticos e encontram forças para lutar pelos seus direitos: parabéns no Dia Internacional da Mulher. Merecem todo nosso respeito e consideração.

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Carina Weber

Carina Hörbe Weber, de 37 anos, é natural de Cachoeira do Sul. É formada em Jornalismo pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e mestre em Desenvolvimento Regional pela mesma instituição. Iniciou carreira profissional em Cachoeira do Sul com experiência em assessoria de comunicação em um clube da cidade e na produção e apresentação de programas em emissora de rádio local, durante a graduação. Após formada, se dedicou à Academia por dois anos em curso de Mestrado como bolsista da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Teve a oportunidade de exercitar a docência em estágio proporcionado pelo curso. Após a conclusão do Mestrado retornou ao mercado de trabalho. Por dez anos atuou como assessora de comunicação em uma organização sindical. No ofício desempenhou várias funções, dentre elas: produção de textos, apresentação e produção de programa de rádio, produção de textos e alimentação de conteúdo de site institucional, protocolos e comunicação interna. Há dois anos trabalha como repórter multimídia na Gazeta Grupo de Comunicações, tendo a oportunidade de produzir e apresentar programa em vídeo diário.

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