Na primeira sexta-feira de agosto, é comemorado em mais de 50 países o Dia Internacional da Cerveja. A data foi criada – curiosamente – na cidade de Santa Cruz, na Califórnia (Estados Unidos), em 2007, com o objetivo de difundir a bebida e celebrar o trabalho daqueles que se dedicam a sua produção. Santa Cruz do Sul, além de se sobressair com seus tradicionais beer pubs, desponta como um polo produtor de diversos estilos, cujos rótulos já podem ser encontradas em inúmeros municípios gaúchos, bem como em outros estados.
Conforme o presidente da Associação dos Cervejeiros de Santa Cruz (Acersc) e também sócio-proprietário da HBier, Henrique Dopke, a demanda pelas cervejas artesanais e da linha premium aumenta gradativamente no município. “Isso se deve também ao crescimento das cervejarias artesanais. A cada ano elas vão abrindo novos mercados, logo conseguem vender mais”, ressalta.
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Por falar em novidade, as indústrias locais se destacam ainda pela grande variedade de sabores que oferecem. Dopke observa que o mercado, de maneira geral, enfrenta dificuldades em função da situação econômica desfavorável do País. “O lançamento de estilos novos tem muito a ver com a disponibilidade, por serem fábricas pequenas. Nesse contexto, é mais fácil colocar coisas diferentes em produção.” Com mais alternativas, ele afirma que o público consumidor acaba experimentando e gostando.
Ainda nesse sentido, o presidente da Acersc diz que, por tendências de mercado, os rótulos mais recentes têm sido focados na maior adição de lúpulo, um dos quatro ingredientes da cerveja, junto da água, malte de cevada e leveduras. “São eles que proporcionam amargor, aromas e sabores mais intensos, que remetem a frutas cítricas como limão, maracujá e até mesmo coco.” Além da HBier, estão instaladas em Santa Cruz as cervejarias Heilige, Probier, Proeza, Holy Sheep, Hellen, Tinhosa e Guitera Brewers.
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Possibilidades de harmonização e dicas para iniciantes
Ainda que as cervejas artesanais já estejam em plena difusão no Brasil há pelo menos uma década, muitas pessoas resistem em experimentar ou começam por estilos considerados difíceis para iniciantes. Também mestre-cervejeiro, Henrique Dopke recomenda provar primeiro os estilos mais leves e menos lupulados, como as linhas lager, pilsen, munich helles e weiss – feita com trigo no lugar da cevada. “Até mesmo a witbier, que tem adição de casca de laranja e coentro. Todas essas são boas para iniciar nesse mundo.”
Assim como os vinhos, as cervejas também podem ser harmonizadas com alimentos, e vale a mesma lógica: estilos leves combinam com receitas leves, enquanto os encorpados vão bem com pratos mais pesados e temperados. Segundo Dopke, a Red Ale, uma das variedades mais consumidas em Santa Cruz, é a companheira do churrasco. “Nela temos o sabor do malte caramelizado, uma reação que também ocorre na carne assada, então existe uma harmonização por similaridade entre a comida e a bebida”, explica.
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Outro exemplo citado por ele é a combinação do estilo Stout – que tem notas de cacau e café – com petit gateau, chocolates e outros doces. Esse também é um caso de similaridade, mas é possível também a harmonização por contraste, quando a cerveja e a comida têm características opostas e uma bloqueia os excessos da outra.
Produzir em casa?
Henrique Dopke recorda que por volta de 2014 teve início um movimento de pessoas interessadas em produzir cerveja em casa, cuja duração se estendeu até o início da pandemia, em 2020. “O pessoal realmente se engajou e tentou, mas fazer uma cerveja boa e que dê certo dá muito trabalho.” Assim, enfatiza o profissional, a produção em pequenas quantidades não compensa. “Foi por isso que diminuiu muito. Hoje em Santa Cruz são pouquíssimas pessoas produzindo a própria cerveja como um hobby.”
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