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Dia dos Pais: um legado de amor e responsabilidade

Ismael Jackson Kroth Paes pai da Alice

O Dia dos Pais, comemorado neste domingo, 11, é uma data significativa para reconhecer e valorizar o papel essencial dos pais e figuras paternas na vida das famílias e da sociedade. No Brasil, a celebração ocorre sempre no segundo domingo de agosto. 

A data foi instituída pelo publicitário Sylvio Bhering em 1953. Inicialmente, o dia festivo escolhido era 16 de agosto, quando a Igreja Católica celebrava São Joaquim, pai de Maria, mãe de Jesus. Apesar de o dia dedicado ao santo ter mudado para 26 de julho, o oitavo mês fez sucesso entre os comerciantes para aquecer as vendas no meio do ano. Assim, manteve-se o Dia dos Pais nesse período e no domingo, por ser tradicionalmente um dia de encontros familiares. 

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O papel do pai, tradicionalmente visto como o provedor e protetor da família, tem se diversificado ao longo das décadas. Hoje, a figura paterna é muitas vezes mais envolvida na criação e no cuidado dos filhos, podendo ser exercida também pela mãe, avós ou parentes próximos. Por isso, iniciativas apoiam os futuros papais em um dos momentos mais especiais, que é o nascimento do bebê. 

A IMPORTÂNCIA DA PARTICIPAÇÃO DO PAI DURANTE O NASCIMENTO DO FILHO

Com mais de uma década de experiência no acompanhamento de gestantes, a enfermeira da maternidade do Hospital Santa Cruz (HSC) Miriam Martha Moron, 56 anos, natural de Santa Maria, ressalta a importância da presença do pai durante o parto e os cuidados iniciais com o bebê. Para isso, a instituição de saúde conta com uma atividade especial voltada aos futuros papais, chamada de encontro de gestantes. 

Enfermeira Miriam Moron, da maternidade do Hospital Santa Cruz, é uma das profissionais que ministram o encontro para os pais | Foto: Rafaelly Machado
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O encontro promovido pelo hospital, que ocorre a cada dois meses há mais de dez anos, tem como objetivo preparar os pais para a chegada do bebê durante o pré-parto, o parto e o pós-parto. Na atividade, explica-se o conceito de alojamento utilizado pela instituição, que é um conjunto onde mãe e filho ficam juntos o tempo todo após o parto, com direito a um acompanhante, geralmente o pai.
“Quando nasce um bebê, nascem também um pai e uma mãe. O pai ou acompanhante pode permanecer ao lado da mãe durante todo o período”, explica Miriam.

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Durante o encontro de gestantes, os pais são instruídos sobre todos os aspectos do centro obstétrico, desde o início do trabalho de parto até o dia da alta hospitalar. A enfermeira destaca que o pai tem a oportunidade de acompanhar todo o procedimento e até mesmo assistir ao nascimento do bebê. “Nosso objetivo é garantir que ele se sinta preparado e confiante para apoiar a mãe e cuidar do recém-nascido desde o início.”

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A atividade, realizada em dois dias, também aborda questões psicológicas importantes, como o impacto do pós-parto na mãe e a relevância da presença paterna nesse momento crucial. Além disso, são discutidos temas como nutrição, amamentação e cuidados com o bebê.

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Os participantes recebem um kit com orientações detalhadas sobre o que levar para o parto e um certificado que pode ser utilizado como declaração para algumas empresas. A procura por essas vagas é alta, e algumas vezes não há disponibilidade. Aqueles que não conseguem se inscrever podem aguardar o próximo ciclo. 

Para complementar a preparação, o hospital oferece visitas guiadas à estrutura, permitindo que os pais conheçam o centro obstétrico e as acomodações da maternidade. Essas visitas ocorrem em grupos limitados a cinco pessoas por vez, em duas datas por mês, e são agendadas separadamente dos encontros regulares.

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Memórias de uma viagem acadêmica

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Miriam enfatiza que as avaliações dos pais sobre os encontros são excelentes. Muitos de primeira viagem, que chegam sem conhecimento prévio, saem com maior entendimento a respeito de amamentação, cuidados com o bebê e aspectos do parto.

“As avaliações sempre destacam a importância do nosso trabalho em proporcionar segurança e conhecimento aos pais. Conhecer a equipe e a estrutura ajuda a reduzir a ansiedade e a preparar melhor para o momento do parto”, ressalta.

Encontro de gestantes 

Atividade no Hospital Santa Cruz ocorre a cada dois meses há mais de dez anos

O próximo encontro no Hospital Santa Cruz (HSC) será realizado na semana que vem, na segunda e na terça-feira, e há vagas disponíveis. A reunião de gestantes tem duração de duas noites, com cerca de três horas cada, sempre a partir das 19 horas. As palestras são ministradas por psicólogas clínicas e enfermeiras do centro obstétrico e maternidade.

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A participação nos encontros é gratuita e as vagas para cada edição são limitadas. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (51) 3713 7410 ou e-mail hsc@unisc.br, constando a data desejada, nome completo, telefone e período atual de gestação. Além do encontro da próxima semana, haverá atividades nos dias 14 e 15 de outubro e 9 e 10 de dezembro.

Um momento para esclarecer as dúvidas dos papais 

A participação ativa dos pais durante a gestação e nos primeiros meses após o nascimento do bebê é essencial para o desenvolvimento saudável da criança e o bem-estar da mãe. A partir disso, o encontro para gestantes oferecido pelo Hospital Santa Cruz (HSC) busca esclarecer dúvidas dos pais ou acompanhantes, bem como falar sobre a importância desse momento para o bebê que está por vir.

Envolvimento desde os primeiros dias de vida do filho promove um ambiente familiar mais equilibrado

Um dos participantes do encontro foi Ismael Jackson Kroth Paes, 30 anos. Ele acompanhou a atividade em setembro de 2022. Como um papai de primeira viagem, foi um momento importante. “Eu não fazia ideia de como trocar uma fralda. Essa atividade me proporcionou mais confiança e segurança. Também tivemos um momento de troca muito legal, tirando algumas dúvidas e tendo uma prévia de como seriam o nascimento e os primeiros dias do bebê.”

Para ele, o encontro, além de proporcionar experiências com sua filha, ajudou a auxiliar sua companheira nos momentos de amamentação. “Mas como tudo, só aprendemos mesmo vivendo aquele momento na prática. Uma coisa é falando, outra é fazendo”, ressalta.

Ismael foi um dos pais que participaram do encontro para gestantes, em preparação para receber Alice

Ismael é pai da pequena Alice Machado Paes, de 1 ano e 7 meses. Aos futuros pais ou responsáveis que pretendem participar do encontro para gestantes, ele orienta que prestem atenção no que é ensinado e aproveitem o momento para sanar todas as dúvidas.

“Geralmente é falado muito sobre o amor de mãe, mas é preciso ver todos os sacrifícios que o pai também faz. Muitas vezes escondemos nossas preocupações, pois temos que ser o porto seguro da nossa família. Se posso dar um conselho, tenham filhos e sejam pais presentes e amorosos, porque isso é a melhor coisa do mundo”, finaliza.

Paternidade contemporânea exige maturidade

A função paterna tem passado por algumas transformações nos últimos anos. De acordo com o psicólogo Jerto Cardoso da Silva, 50 anos, professor da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), a paternidade contemporânea exige mais do que apenas a presença física; ela demanda um envolvimento emocional e responsável que vai além dos laços biológicos. 

A mudança na função paterna é um reflexo das novas dinâmicas sociais e culturais – e entender essas questões é crucial para o desenvolvimento saudável das crianças. O profissional ressalta que é preciso compreender a diferença entre ser pai e ter um filho. “Esses dois desejos precisam estar acompanhados, pois independentemente de laços biológicos, esse filho precisa ser cuidado.” 

Segundo Silva, que atua há 30 anos com a Psicologia, nos primeiros períodos de vida, especialmente até os 2 anos de idade, é essencial que os pais dediquem tempo significativo ao desenvolvimento dos filhos. “Esse período é importante para o estabelecimento de vínculos afetivos e emocionais, pois crianças que recebem amor e atenção adequados tendem a se tornar adultos mais amorosos e equilibrados. No entanto, a presença paterna continua sendo importante ao longo da vida do filho.”

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Além da presença, nos dias atuais existe o desafio de estabelecer limites, em especial com o avanço da era digital. Para o psicólogo, a presença física e emocional dos pais é vital em um ambiente onde os celulares predominam. “A exposição das crianças às telas, ainda cedo, pode reduzir a interação física e a vivência do mundo real pelas crianças. Em vez de se afastarem por causa do celular, os pais devem buscar maneiras de utilizar as tecnologias para se aproximar dos seus filhos.”

Outros dois pontos importantes destacados pelo psicólogo são saber dizer “não” e manter a presença mesmo com uma eventual separação do casal. “Uma boa relação com os filhos não é baseada em dar-lhes tudo o que desejam, mas em estabelecer limites claros e equilibrados. Já quando acontece a separação, a presença e o envolvimento com os filhos devem persistir, independentemente da situação conjugal.”

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