Em 1949, comerciantes paulistas criaram, no Brasil, o Dia dos Namorados. Invocando o nome de Santo Antônio – o santo casamenteiro, celebrado em 12 de junho -, a data pretendia esquentar as vendas do mês, tradicionalmente as mais fracas do ano. A data é o terceiro maior evento de apelo comercial, perdendo apenas para o Natal e o Dia das Mães. Uma pesquisa da Mind Miners, realizada para a Globo, revelou que sete em cada 10 pessoas consideram que presentear é uma forma de demonstrar carinho e afeto. Além disso, fazendo jus à origem nada romântica, é um ótimo evento para empresários alavancarem as vendas de produtos e serviços.
Motivos para gastar não faltam. Muitos namorados, para agradar a outra parte, não se sentirem constrangidos ou desejarem impressionar, gastam mais do que poderiam. As justificativas mais frequentes são o merecimento da pessoa amada e a vontade de agradar, não importando o valor do gasto nem o fato de assumir eventual dívida, com o parcelamento do pagamento da compra. Muitos apaixonados não se dão conta de que, se a relação estiver dependendo de presentes caros, provavelmente não é sadia nem verdadeira, mas pode comprometer o orçamento durante alguns meses e, eventualmente, as prestações durarem mais tempo que o namoro com alguém.
Reinaldo Domingos, pós-doutor em Educação Financeira e criador da DSOP Educação Financeira, postou na plataforma do YouTube – Dinheiro à Vista –, o vídeo Como presentear sem comprometer suas finanças, em que cita cinco passos a observar, antes de sair para comprar o presente da namorada ou do namorado:
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Além dessas recomendações, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) alerta que, em datas de grande apelo comercial, nas quais se incluem o Dia dos Namorados, quadrilhas aproveitam a oportunidade para tentar aplicar golpes e roubar dados pessoais. O diretor do Comitê de Prevenção a Fraudes da Febraban, Adriano Volpini, diz que “no mundo físico, as pessoas já se acostumaram a tomar cuidados com carteiras, pertences e celulares. É preciso ter a mesma conduta para o mundo digital.” Por isso, a Febraban lista dicas para compras seguras, no on-line e na lojas físicas, que valem, obviamente, para o dia a dia do consumidor. No on-line:
Nas compras em lojas físicas, as recomendações da Febraban são:
Se errou na escolha ou a pessoa não curtiu o presente comprado de forma on-line, o artigo 49 do Código de Consumidor garante o direito da devolução até sete dias após o recebimento do produto, sem necessidade de explicar o motivo. Nas compras em lojas físicas, o código só prevê a devolução ou troca em caso de defeito, vício ou quantidade inferior à anunciada. Se o presente não serviu ou não agradou pela cor ou o produto em si, a devolução ou troca vai depender da politica da loja. É claro que o produto deve estar nas mesmas condições em que foi recebido.
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Passado o Dia dos Namorados, com todos aqueles momentos e demonstrações de carinho, é hora de romper um tabu que ainda persiste: falar sobre finanças. Talvez mais do que o presente em si, a forma como cada um decidiu comprar o presente pode ser um bom início de conversa: se planejou a compra, se obteve algum desconto, se procurou atender a algum desejo ou até necessidade do parceiro ou parceira. Deixar esse assunto para quando casarem ou apenas morarem juntos pode ser muito arriscado.
Algumas decisões que tomamos ao longo da vida são fundamentais para a construção de nossa tranquilidade financeira. Poucas são tão importantes quanto a escolha que fazemos de nossos parceiros, especialmente as pessoas com as quais iremos dividir nossas vidas. A personalidade de cada um e os problemas de relacionamento podem aparecer somente na hora de lidar com o dinheiro. Parece uma questão menor e dificilmente é discutida antes de o casal dividir o mesmo teto, quem dirá levar em conta. É verdade, casar ou morar junto por dinheiro nem sempre dá certo. Mas, só por amor sempre dá? O escritor Ken Fischer aconselha que “casar-se por dinheiro é uma maravilha, desde que se tenha a certeza de que é com alguém que você vai tratar bem e que vai tratá-lo bem, também. O dinheiro nunca vai substituir o amor. Mas, pode ser um adendo delicioso – como crosta de açúcar em bolo”.
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