Pouca gente sabe, mas no próximo domingo o Brasil comemora o Dia do Pedreiro. A data foi instituída em 13 de dezembro de 1961 pelo ex-presidente Juscelino Kubitschek, que mandou erguer um monumento para homenagear os pedreiros que construíram Brasília em 41 meses.
Em Santa Cruz do Sul, a importância dos pedreiros pode ser conferida em belas obras públicas e privadas. No passado, o trabalho deles era mais difícil do que hoje. A maioria dos prédios era erguida com pesados blocos de pedra. Sem guindastes e gruas, eles eram carregados nos braços. As caixas com argamassa precisavam ser içadas com cordas e roldanas.
Quem admira a Catedral São João Batista se pergunta como ela foi construída sem a tecnologia atual. O leitor Wilson Thier conta que seu pai Helmuth trabalhou na construção e foi um dos responsáveis por rebocar a parede externa do lado que faz divisa com a Aliança. Lembra que ele chegava em casa muito cansado pelo esforço de passar o dia em andaimes a vários metros do solo. Em dias de vento, o perigo aumentava.
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Outro pedreiro popular foi Nicolau Reis. Ele foi um dos poucos escolhidos para levantar e rebocar as torres da catedral. O sol e o vento forte eram um problema, assim como o esforço para carregar pedras, tijolos, madeira e cimento a 82 metros de altura (equivalente a um prédio de 27 andares). Em 1937, quando as torres ficaram prontas, Nicolau escalou uma delas e estourou uma caixa de foguetes no alto, cumprindo promessa que havia feito no início da obra.
No Museu Colonial Henrique Engelmann Sobrinho, de Alto Sinimbu, existe uma rara foto de pedreiros da localidade que foram contratados para ampliar o Sanatório Kämpf, no início do século passado. A obra exigiu muito esforço em escavações e na construção com grandes pedras. A equipe acampou no local e aproveitava os arroios límpidos que existiam nas terras do hospital para se refrescarem ao final da tarde.
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